Alianças do PT polarizam com PSDB e PFL

Partido cresce e tem candidato em 81% dos grandes municípios.

As eleições municipais de 2004 trarão duas novidades para o PT. A primeira, o fato de estar presente na quase totalidade dos municípios, diferentemente de 2000, quando era restrito a menos de 25% deles. A segunda é o fato de estar na Presidência da República, o que implica em responder em âmbito local pelo que acontece no plano federal.

O campo de alianças para as eleições mostra que os grandes parceiros são ainda os partidos do campo democrático e popular. Em apenas duas capitais há aliança com o PMDB, e o quadro que se configura é de polarização com o PSDB e o PFL. Dos 95 municípios com mais de 150 mil eleitores, o partido vai lançar candidato próprio em 77 municípios, incluindo 23 das 26 capitais.

Alianças privilegiam campo popular.

Nas eleições municipais de 2000, o PT foi vitorioso em seis capitais (Porto Alegre, Belém, São Paulo, Recife, Aracaju e Goiânia) e elegeu o vice de Belo Horizonte. Naquele ano, a estrela vermelha brilhou anunciando o crescimento eleitoral do campo político do PT e o declínio da força eleitoral da aliança PSDB-PFL.

Em 2000, no entanto a presença do PT era restrita a menos de 25% dos municípios brasileiros. Foram somente 1.316 candidaturas majoritárias na disputa. Em 2004 o partido está presente na quase totalidade dos municípios e aí disputará eleições.

Outro aspecto que diferencia a participação nestas eleições municipais é que serão as primeiras após a vitória de Lula em 2002. Quando em 2000 o debate se nacionalizava, a responsabilidade pelo desemprego e pelo não crescimento econômico era da conta do governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2004 caberá aos petistas explicar aos eleitores o projeto que o partido tem para o país. Além de defender os programas de governo para as cidades.

Onde entram os outros

Com o governo Lula, a questão das alianças partidárias ganhou uma dimensão nova para o PT, especialmente nos grandes centros urbanos. Já em 2000, o PT se coligara em diversos municípios com partidos fora do campo de esquerda, notadamente com o PMDB. Em 2004, além da presença do PL em várias coligações encabeçadas pelo PT, aparece o PTB na vice em Goiânia, Jaboatão (PE), São José dos Campos (SP) e Sorocaba (SP). Ao mesmo tempo o PTB é um forte adversário em Recife e Belém.

As únicas capitais em que se realizaram alianças com o PMDB foram Curitiba e Palmas. No caso do Paraná, inclusive, o PT apóia e faz parte do governo Requião. Como demonstra o quadro abaixo, prevalecem largamente as coligações com os partidos do campo democrático e popular.

Nestas eleições, a disputa central se dará entre o campo político hegemonizado pelo PT e os adversários aglutinados em torno do PSDB e PFL. O resultado positivo para o PT é o fortalecimento deste pólo de esquerda em todo o país. Um resultado que favorece a tensão a favor das mudanças esperadas pelo povo.

Nos 95 municípios com mais de 150 mil eleitores, o partido vai lançar candidato próprio em 77 municípios, incluindo 23 das 26 capitais. Nos demais 18 grandes municípios, a cabeça de chapa é de partidos com os quais o PT se coligou. Desses, o PT disputa a vice-prefeitura em onze municípios.

Em 22 cidades, o PT terá “chapa pura”, com o vice também sendo do PT. Nas coligações em que o PT participa, o PDT e o PPS têm a cabeça de chapa em quatro municípios cada, o PL e o PSB têm três prefeitos em disputa e o PCdoB disputa com dois. PMDB e PTB são cabeça de chapa em duas localidades.

Municípios em que o(a) candidato(a) é do PT

Municípios em que o PT faz parte da coligação