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As faces de Alckmin

Foi só o ex-governador Geraldo Alckmin virar o candidato presidencial do PSDB, vencendo a disputa contra o ex-prefeito de São Paulo, José Serra, para aparecer na imprensa denúncias de promiscuidade entre o público e o privado em vários episódios que o envolvem.

JOAQUIM SORIANO

Começou com a publicidade da “Nossa Caixa” direcionada para programas de rádio e de TV de aliados da administração tucana, depois apareceram os presentes de luxo para a ex-primeira dama paulista, Lu Alckmin. Agora surge uma sociedade entre seu filho, Thomaz Rodrigues e a filha de um médico de Alckmin. O tal médico acupunturista, Jou Eel Jia, tem uma revista chamada “Ch’na Tao” que coloca o ex-governador na capa e recebe 120 mil reais da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista.

Ouve-se em círculos especializados em prognósticos e fofocas que por trás destas denúncias tem interesses serristas. Dizem que José Serra quer destruir Alckmin para ainda tornar-se candidato à Presidente em 2006. A racionalidade das disputas partidárias rejeita esta hipótese, pois desta forma o PSDB passaria a carregar um enorme fardo pesado e difícil de explicar.

Pelo lado do PMDB, o pré-candidato Garotinho continua ganhando as partidas preliminares. Mantém-se candidato com direito a muita projeção nos programas de rádio e TV a que seu partido tem direito. A decisão sobre ter candidato ou não ficou para a convenção de junho. E a dúvida cruel permanece para o PMDB: ser ou não ser? A candidatura ajudaria o fortalecimento das instituições democráticas, incluindo aí os partidos políticos nacionais. Será que ganhará força a tese que é o PMDB e não o PSDB que disputará um segundo turno com o PT de Lula? As últimas pesquisas publicadas de intenção de voto para Presidente, dando empate técnico entre Alckmin e Garotinho favorecem esta perspectiva.

As pesquisas dizem também que o ex-governador de São Paulo é pouco conhecido nos outros estados e que, portanto tem possibilidade de crescimento. Se isto é aceitável, é verdade também que sua expansão pode ser carregada com as marcas que ele tem e são rejeitadas pelo eleitorado: a) sua identidade com o governo FHC – que continua muito mal avaliado e do qual o povo quer distância, b) o fato de ser o preferido dos mais ricos dos ricos, c) suas idéias conservadoras e suas relações com organizações de ultra-direita, como a Opus Dei, d) as denúncias de sua gestão em São Paulo, pois caiu o bloqueio que o protegia até agora.

A grande imprensa paulista trata pouco do governo estadual, a atenção fundamental é para o cenário nacional e algo para o município. Na sombra, Alckmin projetava para o eleitorado de São Paulo uma imagem positiva. Já com um pouco mais de luz, outras faces são reveladas. Alckmin será rejeitado pelo o que ele é e pelo que representa.

Joaquim soriano e secretário geral nacional adjunto do PT e membro da Coordenação Nacional da DS.

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