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As faces do Novembro Negro

1773061BIRA CORÔA

O mês de novembro é, sem dúvida, um momento de reforçar a luta de todo povo negro e  entidades da sociedade civil organizada que, ao longo de sua história, construiu uma identidade de combate ao racismo, esteja ele escancarado, difuso ou velado nas relações sociais e institucionais. Novembro é também o mês em que reafirmamos o compromisso de construir uma sociedade mais justa e igualitária e, por isso, pontuo aqui alguns fatos que, ironicamente, nos marcaram nos últimos dias, os quais nos revelam as faces mais crueis do racismo e preconceito que invade e dilacera famílias e histórias de vida.

 

Relembro o caso da estudante universitária acusada de roubo em uma loja de departamentos; a estudante negra proibida de assistir aula usando turbante, sob a pejorativa de que há lei proibitiva ao uso de acessórios na cabeça; o ataque a Pedra de Xangô, referência para o Candomblé, e, por fim, o sequestro do jovem negro de 16 anos, Davi Fiúza. Este último de maneira especial chama em causa o extermínio da juventude negra, crime cruel que precisa ser combatido e investigado. Avaliando casos semelhantes é possível perceber que a violência racial tem cor, idade e endereço: o jovem negro da periferia dos grandes e médios centros urbanos.

 

Após sete anos de muitos embates e diálogos, a Casa Legislativa aprovou e o governador sancionou o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa na Bahia, o qual traz avanços nas mais diversas áreas e é, sobretudo, um instrumento essencial de combate ao racismo. O Estado e a sociedade baiana precisam se apropriar deste instrumento para que avancemos nas políticas reparatórias.

 

Se passarmos pelo conceito da palavra “consciência” veremos que ela traduz, entre tantos significados, exatamente a capacidade humana de conhecer valores e mandamentos morais e aplicá-los nas mais diferentes situações. “Consciência” traduz ainda a capacidade imediata de análise própria experiência. Logo, a luta contra o racismo exige um permanente estado de consciência. De consciência social.

*Bira Corôa é deputado estadual e presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade

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