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Chávez defende construção imediata de frente mundial antiimperialista

Chávez defende construção imediata de frente mundial antiimperialista

Publicado originalmente no site da Agência Carta Maior. Clique aqui e acesse a matéria no seu local original

“Estamos na ofensiva. Eles que estão em retirada. Cabe a nós desenhar a forma da unidade da ofensiva rumo à vitória”, disse o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao convidar o Fórum Social Mundial para a construção de uma frente mundial anti-imperialista. O líder venezuelano também pediu apoio a Lula. “Não se pode pedir que Lula faça o mesmo que Chávez, ou que Chávez faça o mesmo que Fidel. É tudo um processo e cada qual tem suas circunstâncias”, disse.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participa do ato da luta anti-imperialista dos povos, atividade do FSM 2006, em Caracas. Manifestação iniciou ao som do hino da Internacional.

Da Redação – Carta Maior

CARACAS – Ao som do Hino da Internacional, cantada pela primeira vez, em 1896, no XIV Congresso do Partido Operário Francês, iniciou, no Ginásio Poliedro, completamente lotado, o ato da luta anti-imperialista dos povos, atividade do FSM 2006. O principal convidado do ato é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Também participam da manifestação nomes como Samir Amin, Ignacio Ramonet, Cindy Sheehan, Aleida Guevara (filha de Che Guevara), Ricardo Allarcon (presidente da Assembléia dos Deputados de Cuba), Bernard Cassen, o jornalista inglês Richard Gott e Walden Bello.

Ao iniciar sua fala, o presidente venezuelano saudou as entidades organizadoras e participantes do Fórum Social Mundial. E fez um apelo: “Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje”, disse Chávez, referindo-se à construção do “outro mundo possível”, lema do FSM. “Os processos libertários, nos últimos séculos, se desataram em tempos distintos que não puderam se articular, em espaços distintos que não puderam se conectar”, disse, lembrando a luta de Simón Bolívar há 200 anos. “Bolívar foi o percursor da luta anti-imperialista e intuiu o perigo dos Estados Unidos. Naqueles anos, no início do século 19, ocorreram fortes forças libertadoras na América Latina, com líderes como San Martin, Artigas, Abreu e Lima. Mas aqueles movimentos da América do Sul e do Caribe não tinham nenhuma articulação com nenhum movimento da África e da Ásia. Eles fracassaram. E hoje vivemos as conseqüências daquele fracasso”.

No início do século 20, lembrou ainda, surgiram outros movimentos de libertação no continente, como aqueles liderados por Emiliano Zapata e Pancho Villa, no México, por Luis Carlos Prestes, no Brasil, por Augusto Sandini, na Nicarágua. E propôs um minuto de aplausos a Schafik Handal, líder da Frente Farabundo Marti, de El Salvador, sobre o qual começou a falar, do apoio que recebeu desde que saiu da cadeia, em 1992.

E seguiu dizendo que a luta contra o colonialismo e o imperialismo está reaberta na América Latina, lembrando a dependência energética de países produtores de combustíveis, como Bolívia e Equador. Veja alguns dos principais trechos do pronunciamento:

“No século XX, se abriu uma porta na África e na Ásia, com a conferência de Bandung, na Indonésia. Líderes de vários países como Nehru, Nasser, Sukarno, impulsionaram aquele projeto. E o impulsionaram desde posições de poder, de governo. Mas acabaram se dispersando e o povo voltou a cair na desesperança. Outros permaneceram firmes como uma rocha, como o povo cubano e seu líder, Fidel Castro.”

O IMPÉRIO DE MR. DANGER

“Estamos enfrentando o império mais assassino, genocida, perverso e cínico que o mundo já conheceu em cem séculos. Um império cínico, porque o império romano se assumia como império. O império de Mr. Danger fala dde democracia e direitos humanos, enquanto tortura presos em Guantánamo e em prisões secretas na Europa e em outros países.”

FRENTE ANTI-IMPERIALISTA

“Devemos nos unir, governos, forças políticas e movimentos sociais para construir uma grande frente anti-imperialista e travar uma batalha no mundo inteiro, respeitando a diversidade e a autonomia de cada um. Mas sem coordenação e unidade não chegaremos a nada”.

LULA, CHÁVEZ E FIDEL

“Quando estive no Gigantinho no ano passado, em Porto Alegre, disse que Lula é um companheiro. É preciso trabalhar com Lula e apoiar Lula. Não se pode pedir a Chávez que faça o mesmo que Fidel. Não se pode pedir a Lula que faça o mesmo que Chávez. Assim como não se pode pedir a Evo que faça o mesmo que Lula ou que Chávez. É tudo um processo, cada qual tem suas circunstâncias”.

SOBRE A RELAÇÃO COM KIRCHNER E LULA:

“Já estão falando do grupo ‘CHAKAL’, de Chávez, Kirchner e Lula, que está construindo um gasoduto, para levar gás venezuelano a toda a América do Sul. A Venezuela tem uma das maiores reservas de gás do planeta. Está aí o desespero fundamental de Mr. Danger, que quer nosso petróleo. Mas a Venezuela não será nunca mais uma colônia dos Estados Unidos.”

O POVO DOS ESTADOS UNIDOS:

“Quero insistir que há razões para estarmos otimistas. Há cinco anos isso não ocorria. Creio que começa um movimento nos Estados Unidos, que a cada dia ganha mais forças. Queria dizer a Cindy (Sheehan), que habita num rancho, o rancho esperança, da esperança, da moral. Como também se chama esperança em inglês? Hope. Eu também te amo, Cindy.”

PARA PARTICIPANTES DO FÓRUM EM CARACAS:

“A vocês, que enchem Caracas de magia, beleza e paixão, quero dizer que a luta do Fórum começou em Seattle, em Cancún. Seria doloroso que estivéssemos fazendo um balanço, hoje, de recuo ou de derrota. Não, nós levantamos a bandeira da revolução, estamos na ofensiva! Cabe a nós desenhar a forma da unidade, da vitória. O caminho é duro, é árduo, mas podemos realizar, com união estratégica e sabedoria estratégica.”

APELO AO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL:

“O FSM tem uma grande importância na ofensiva mundial dos movimentos sociais, políticos, governos e parlamentos, contra o imperialismo. Não podemos permitir que o Fórum se converta em um encontro turístico e folclórico, todos os anos. Estaríamos perdendo tempo e não podemos perder tempo. Por isso, convido a todos os líderes do FSM a construir um plano de ação unitário, para impulsionar nossas lutas em todo o mundo. Clamo ao FSM, respeitando sua autonomia, a construção de um grande movimento mundial antiimperialista, um movimento autenticamente socialista.”

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