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O Movimento estudantil contra a neopelegagem da JDEM e da direita

O Movimento estudantil contra a neopelegagem da JDEM e da direitaPor Herlom Miguel e Marcela Ribeiro *

No Brasil, tem sido comum a direita tentar se misturar com o povo de forma oportunista. A esquerda sempre esteve muito bem organizada no movimento social. Em especial, no movimento estudantil. A esquerda emana desses movimentos, não é o contrário. É uma violência querer vir de fora para dentro. Pior ainda, entrar numa lógica de utilizar os movimentos sociais numa simples disputa partidária. Obviamente, sempre vão haver essas disputas. Mas foram as bandeiras dos movimentos sociais que construíram as pautas programáticas dos partidos da esquerda brasileira. Podemos citar principalmente partidos como: o PT, o PCdoB e mais recentemente, o Psol.

A Esquerda tem um programa popular. Neste, se encontram pontos como: a expansão do estado e da qualidade dos serviços públicos, a democracia participativa e o controle social, inclusão produtiva de trabalhadores rurais, a expansão dos direitos dos trabalhadores urbanos, dentre outros. Nesse sentido, não há a menor condição de comparar as experiências de governo de esquerda com os da direita PSDB/DEM, que  venderam o país o governaram para os ricos. Evidentemente, há muito o que ser feito ainda. As forças conservadoras que apoiam o DEM/PSDB nos impedem de avançar mais. Especialmente por isso, precisamos do movimento social cada vez mais forte e pressionando os governos.

A Luta contra a ditadura foi árdua. Lutamos contra setores como a ARENA/PFL/DEM para ter democracia no país. Mesmo assim, é legitimo  que possam disputá-la. Foi o setor ARENA/PFL/DEM que participou e ajudou a construir todas as violências da ditadura no Brasil. Nesse cenário, foi o movimento estudantil um dos protagonistas na luta por um Brasil livre. Mesmo assim, a JDEM disputar o movimento estudantil é legitimo. O sangue de militantes de esquerda foi derramado para que a democracia fosse plena, nunca só para uma parte.

No Brasil, vivemos um momento no qual as entidades estudantis pautam os governos com suas reivindicações históricas. Entidades como a União Nacional dos Estudantes e a União dos Estudantes da Bahia, nunca deixaram de fazer lutas importantes e fundamentais. Atualmente, a UNE faz duras críticas à política econômica do governo Lula, disputa o Estatuto da Juventude e foi uma das organizações que mais elaborou para alcançarmos as vitórias nas políticas de educação brasileira. Como exemplos, podemos citar a expansão das vagas nas Federais, a construção dos institutos federais, a expansão das cotas e as políticas afirmativas.

A Luta feminista é uma ação central para a JPT. Incluir mulheres nos espaços de poder e decisão é algo irrevogável. Engraçado é que eles começam lá de trás, as juventudes de esquerda estão anos luz à frente. Nas fotos da ultima reunião da JDEM, mostram uma juventude dirigente só de homens, nenhuma mulher. Na JPT, as mulheres já participam paritariamente das principais decisões do partido. O Presidente da JDEM é um jovem negro que nunca foi visto em nenhum espaço do Movimento Negro. Pior que isso, é usado numa lógica de ser o capitão do mato contra as políticas afirmativas no Brasil. É uma vergonha ver um jovem negro reproduzir os argumentos da direção Branca do DEM que entram na justiça contra os Quilombos e as cotas. Essas duas políticas decisivas e vitoriosas para a população negra.

Na política partidária brasileira, há muita mudança a ser feita. Acabamos de ver um caso vergonhoso de corrupção do Senador Demóstenes Torres/ DEM,  partido dirigido na Bahia pela família ACM. Se aproveitam do sentimento de negação da política e alienação do povo para empunharem a bandeira de que são contra aparelhamento das entidades feitas por partidos. Mentira, falácia, calúnia e muitos outros adjetivos mais. O movimento mais honesto é enfrentar o debate do papel dos partidos para organização coletiva das pessoas. O PT tem defendido o que chamamos de reforma política.

A imprensa brasileira não é uma fonte das mais confiáveis. Contudo, há uma matéria no programa jornalístico/humor CQC que identifica um crescimento de patrimônio do Deputado Federal ACM Neto de 209%, passando de cerca de R$ 820.000,00 para cerca de R$ 2.540.000,00, um absurdo.

Para o caso da conjuntura baiana, a  Arena / PFL / DEM nunca esteve do lado dos trabalhadores ou estudantes. As privatizações de instituições como o BANEB e a CNB, que provocou milhares de demissões, escândalos como o do painel da Câmara, protagonizado por ACM. Isso tudo, fora grupos políticos que compraram até emissora de rádio e TV. Em um dos casos mais emblemáticos de luta do movimento estudantil na Bahia, o caso da violação do painel do senado, que acabou com a renúncia de ACM, foi o governo do DEM que invadiu e agrediu milhares de pessoas na UFBA. É assim que querem construir o movimento estudantil?

Mesmo assim, há espaço democrático para a participação para todos. Mas se vierem, não esqueçam o passado, mais que isso, não se neguem de defender as políticas que combinam e construíram durante todos os anos que governaram a Bahia e o Brasil.

Na esquerda, sempre estiveram e estarão os trabalhadores e o movimento social. Pelegagem é lutar contra os estudantes durante toda uma vida e agora aparecer como alternativa. Incoerente é um partido que manda bater em estudante querer representá-los e oportunista é usar o movimento social contra o próprio povo. Fatos históricos dizem mais que palavras soltas. Viva a Esquerda Brasileira e viva o Movimento Estudantil da Bahia e do Brasil.

* Herlom Miguel é secretário de comunicação do PT de Salvador;
Marcela Ribeiro é vice-presidenta da União dos Estudantes da Bahia.

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