O 11º Congresso Nacional da CUT aprovou, no início da tarde desta quinta-feira (12), a paridade entre homens e mulheres na composição de sua direção. Essa é uma vitória histórica das mulheres cutistas, que conseguiram construir uma grande unidade em torno dessa proposta.
Entre as correntes internas da central, apenas a OT e a Esquerda Marxista se posicionaram contra este tema. Já a defesa da paridade contou com o apoio da imensa maioria das delegadas e delegados presentes no congresso, sendo apoiada pela CSD, ARTSIND, AE e EPS.
Durante a defesa da proposta, a CSD foi representada pela companheira Marlei de Carvalho, que lembrou da importância do combate à opressão das mulheres para a luta anticapitalista:
“A luta das mulheres remonta à formação da Comissão Pró-CUT. A luta anticapitalista da CUT se expressa no combate à exploração e à opressão das mulheres. A paridade dará condições objetivas de participação das mulheres na CUT, para torná-la cada vez mais mais feminista”, afirmou a companheira e sentenciou: “Não há socialismo sem feminismo!”
Já a companheira Rosane Silva, Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, destacou, por telefone, a unidade e a solidariedade das mulheres cutistas, para a aprovação dessa medida:
“Em 1993 conseguimos a primeira vitória que foi a aprovação do mínimo de 30% de mulheres na direção da CUT. Naquela época, essa política de cotas foi aprovada mesmo sem unidade entre as companheiras. Agora, com a unidade e a solidariedade demonstrada pelas mulheres cutistas, conseguimos dar um passo à frente no sentido da igualdade de representação entre homens e mulheres no movimento sindical”, comemorou.
Paridade para melhor representar a classe trabalhadora
Segundo a companheira, desde a criação da central as mulheres vêm reivindicando espaços de auto-organização para influenciar os rumos da CUT. A partir disso as pautas feministas passaram a ter mais espaço e consequentemente temas que afetam diretamente a vida das mulheres passaram fazer parte das bandeiras cutistas, como a luta por creches públicas para as trabalhadoras, pela igualdade salarial entre gêneros, pelo combate a violência contra as mulheres, entre outras.
Para Rosane, o reconhecimento da central de que as mulheres estavam sub-representadas na direção é um movimento importantíssimo para o futuro da CUT:
“Se queremos representar efetivamente a classe trabalhadora, é preciso melhorar essa representatividade, pois a participação das mulheres no meio sindical e no mundo do trabalho tem crescido fortemente”, afirmou a companheira, que fez questão de destacar que as grandes mobilizações que o país viu no último período foram organizadas por mulheres, como a Marcha das Margaridas e a Marcha das Mulheres durante a Cúpula dos Povos.
Em artigo publicado recentemente no Portal da DS, a companheira Rosana Souza, Secretária Nacional de Juventude da CUT, já haviam defendido a importância da organização das mulheres para o interior da central:
“As trabalhadoras trouxeram para a CUT um legado que foi crucial em sua construção, e que até hoje a diferencia das demais Centrais e a fortalece ainda mais. Este legado é a defesa firme de que a classe trabalhadora é composta por dois sexos, homens e mulheres, e que é impossível transformar a vida da classe trabalhadora, sem transformar a vida das mulheres, e sem a participação igualitária destas”, afirmou a companheira no artigo “Paridade na CUT, a Juventude curte esta política!”
Paridade na CSD já é uma realidade
Mostrando mais uma vez que não dissocia o discurso da prática, a CSD já havia utilizado o critério da paridade de gênero para a escolha dos nomes de seus representantes na próxima Executiva Nacional da CUT. Os representantes da corrente serão as companheiras Rosana Souza e Rosane Silva e os companheiros Daniel Gaio e Alfredo Santana.
O tema já havia sido um ponto central nos debates da última Conferência da CSD, em março. A paridade foi garantida tanto na composição das delegações estaduais, como na formação da nova direção da corrente, que pela primeira vez possui um número igual de dirigentes homens e mulheres.
Assista abaixo o vídeo – filmado pelo companheiro Anderson Campos – do momento da aprovação da paridade no 11o CONCUT.
Assista o vídeo clicando aqui: https://www.youtube.com/watch?v=kNByf77xkTE