O 1º de maio deste ano representa a esperança de um novo período em que a balança política volta a inclinar-se para um programa progressista, com a eleição de Lula que simboliza a retomada do processo democrático. Inspirados pela memória dos governos petistas que vivenciamos, com ampliação de direitos e conquistas para a população, nutrimos expectativas positivas para esse novo mandato.
O Brasil viveu um período de trevas políticas durante o governo de Jair Bolsonaro, marcado por uma série de retrocessos e ataques aos direitos conquistados pela classe ao longo dos anos. O país sobreviveu a um governo marcado pela destruição das relações de trabalho e de marcos civilizatórios, ataques a todas as áreas sociais e uma série de reformas servis à burguesia colonialista, promovendo o aprofundamento do neoliberalismo e do conservadorismo. O resultado dessa política foi a instalação da barbárie, em que as conquistas sociais foram desmanteladas em nome do lucro dos empresários e da elite, deixando como herança, a miséria, a fome, o desemprego e a morte.
O país vive um momento de mudança e, desde sua vitória, Lula mostrou-se disposto a trabalhar incansavelmente para a reconstrução e a união do Brasil, incluindo no centro da política as pessoas mais empobrecidas, com a retomada de políticas públicas nas áreas sociais, como, por exemplo, o Bolsa Família, o maior programa de distribuição de renda do país. Além disso, o programa Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aquisição de Alimentos foram retomados, assim como o Mais Médicos.
O governo Lula também recuperou 14 mil obras que estavam paradas, o que significa mais empregos e renda, impulsionando a economia. Para a educação, nos primeiros dias de seu mandato anunciou o aumento do piso salarial profissional nacional (PSPN) do magistério em quase 15%.
O Brasil voltou a ter um Ministério da Cultura, Ministério dos Povos Originários, Ministério da Igualdade Racial, Ministério das Mulheres, Ministério dos Direitos Humanos, debates estratégicos que reconhecem a população brasileira em sua diversidade incluída na política deste governo. O presidente também assinou um decreto que deu início ao processo de reestruturação da política de controle de armas no país, visando ampliar a segurança da população brasileira e superar as trevas fomentadas pela política de incentivo às armas e de morte promovida por Bolsonaro.
O país voltou a ter um governo que se preocupa com a gestão pública e com o cuidado das pessoas. Além disso, socorreu o povo Yanomami, que estava sendo assassinado pelo garimpo ilegal, freou a entrega do patrimônio nacional ao retirar a Petrobras, Correios e outras seis empresas da lista de privatizações e garantiu vacina contra a Covid-19 para as crianças.
Em um cenário de crise econômica, Lula demonstra uma grande articulação internacional, colocando o Brasil novamente no cenário mundial com protagonismo e reafirmando nossa soberania, que significa agir pensando no que é melhor para o Brasil e para o povo brasileiro. Além disso, o presidente anunciou recomposição orçamentária para universidades na casa dos R$ 2,44 bilhões e assinou um Projeto de Lei (PLN) para abrir um crédito no valor de R$7,3 bilhões destinado ao pagamento do piso salarial da enfermagem.
Ainda na área das políticas públicas, o governo Lula recriou o Programa Pró-Catador, que apoia os catadores de materiais recicláveis, demonstrando compromisso sério com os mais pobres. Lula também anunciou a lei da equiparação salarial, que garante salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função. Essa medida é um avanço na luta contra a desigualdade de gênero no país.
Em resumo, o governo Lula tem trabalhado para reconstruir o Brasil, voltando a fazer planejamento para o país, cuidando das pessoas e retomando políticas públicas nas áreas sociais e demais áreas estratégicas. Demostrando sério compromisso com a população brasileira e as expectativas de que neste governo haja um avanço nos direitos roubados do povo brasileiro nos últimos anos.
Neste sentido, a celebração do 1º de maio é uma data crucial para reafirmar a importância da reflexão e da ação pela solidariedade e união entre os trabalhadores em todo o mundo, independentemente da categoria ou da forma de contratação. É um momento para reafirmar o sentido político, solidário e revolucionário das lutas da classe trabalhadora, que ao longo dos séculos lutou por direitos, melhores condições de vida e contra a exploração capitalista e por democracia.
Essa data carrega um grande significado para todos os que construíram uma trajetória em defesa da classe trabalhadora. É um momento para lembrar e celebrar a organização e a luta dos trabalhadores em todo o mundo, que lutaram e lutam bravamente por um mundo mais justo e igualitário, por direitos, e enfrentam repressão, violência para superar as desigualdades e as injustiças.
Essa data mantém viva a memória das lutas e conquistas da classe trabalhadora ignorada pela história oficial. Momento de refletir sobre o que foi conquistado e o que ainda precisa ser alcançado para garantir um futuro justo e digno com democracia e respeito para quem constrói riquezas no mundo.
Enquanto classe, sabemos que a luta por direitos e justiça é contínua. Mesmo com a eleição de Lula, um presidente comprometido com a classe trabalhadora, não podemos baixar a guarda e deixar de nos manter vigilantes. Afinal, as forças neoliberais que ocupam os parlamentos e os espaços de poder continuam a trabalhar para manter seus privilégios e seguir desmontando conquistas históricas.
Por isso, é fundamental manter a união e a organização, fortalecer os sindicatos, movimentos sociais e o povo brasileiro para impulsionar uma agenda pública e política que vise à revogação dos desmontes do país e à reconstrução do Brasil com garantias e direitos ampliados. Precisamos continuar mobilizados para combater as injustiças que ainda nos oprimem e para retomar o que é nosso por direito.
É importante lembrar que a luta é de longo prazo, contínua, que direitos deverão ser conquistados e, mesmo com novas perspectivas, devemos nos manter vigilantes e atentos às ameaças à nossa organização e à democracia, para garantir que nossos direitos sejam retomados e preservados.
Resistimos até aqui e agora é momento de reforçar nossos laços, nos reorganizarmos e nos fortalecermos coletivamente, para garantir que nossas reivindicações sejam atendidas. Neste sentido, somamos forças em um grande ato nacional dia 1º de maio em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, na expectativa de um reajuste do salário mínimo acima da inflação e capaz de promover mudanças materiais nas condições econômicas, impactando positivamente o conjunto da população brasileira.
Viva o Brasil de todos e todas!
Viva a classe trabalhadora!
Viva o 1º de maio!
Viva a Democracia Socialista!
Janaína Meazza é assessora na CUT Brasil.