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44 anos do PT: uma história feita por trabalhadores e trabalhadoras | Eliane Silveira

No dia 10 comemoramos os 44 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores. Momento em que evocamos o “espírito do Colégio Sion”, o ideário, os sonhos e utopias que teceram seu nascimento na decisão “dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode resolver os seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados”.

Estes 44 anos podem ser traduzidos em números significativos, a começar pelos seus mais de 2,5 milhões de filiados e filiadas em todo país. Nossa versão 4.4 acumula muitas vitórias. Ao longo destes anos tivemos a conquista de prefeituras em várias cidades, em importantes capitais do país como São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza e Recife, para citar alguns exemplos. E hoje governamos outras tantas cidades, fazendo a diferença na vida de quem mais precisa, como acontece em Juiz de Fora, com a prefeita Margarida Salomão. No legislativo, consolidamos bancadas combativas e comprometidas com os direitos do seu povo, desde o Congresso Nacional às Câmaras Municipais. 

Temos a alegria e o desafio de comemorar este aniversário quando estamos, mais uma vez, governando o Brasil com o presidente Lula, trabalhando para colocar em prática a ideia central da Carta de Princípios pró-fundação do PT, de 1979:  a emancipação da classe trabalhadora. Exemplos destes passos emancipatórios são a política de valorização do salário mínimo e o Programa Bolsa Família, garantindo mais renda e comida na mesa das famílias; o acesso à moradia através do programa Minha Casa Minha Vida; o acesso à universidade, com a expansão da oferta de ensino superior público, o ProUni e a política de cotas; e, mais recentemente, o incentivo da conclusão do Ensino Médio com o Programa Pé de Meia.

Sem dúvida, aniversário é data para lembrar de muitos fatos marcantes. São inúmeras lindas experiências de governo e de transformação para contar. Mas também tem muito sangue, suor e lágrimas contidos nestas mais de quatro décadas. Sangue daqueles e daquelas que deram a vida lutando pela democracia, pela terra, por direitos; daqueles e daquelas que lutaram uma vida toda pela construção do PT e de uma sociedade igualitária, pela integração dos povos e pela paz. De Chico Mendes a Gustavo Codas e Nalu Faria, são milhares que viraram estrelas e nos deixam apertados de saudade.

Hoje é dia de lembrar nossa resilência e capacidade de lutar nos momentos mais difíceis. De brindar com aqueles e aquelas que lutaram contra a ditadura militar, que venceram a prisão e a tortura, como nosso líder Raul Pont. É tempo de reverenciar milhares de dirigentes e militantes que sustentaram a vigília em Curitiba, durante todo o período da injusta prisão do presidente Lula. Pessoas como Rosane Silva, que foram fortes, inabaláveis e persistentes.

Não tem como falar do aniversário do PT e não lembrar daquele exato momento em que assinamos nossa ficha de filiação, não é mesmo? No instante em que, com uma assinatura ou um clique na tela, decidimos fazer parte deste projeto. Você lembra deste dia? Quem abonou sua filiação? Não é fantástico saber que somos mais de 2,5 milhões de pessoas sonhando juntas para transformar sonhos em realidade?

No contingente destes milhares faz-se necessário destacar e homenagear, neste aniversário, aqueles e aquelas que cumprem, nos municípios e zonais, a tarefa de dirigente partidário. Homens e mulheres que fazem parte dos diretórios e executivas, que abdicam das suas horas e dias de descanso para se dedicarem à construção do PT. Pessoas que se cotizam para alugar uma sede ou mesmo pagar uma conta de luz. Homens e mulheres que carregam a bandeira, que fazem panfletagem nas madrugadas. Militantes que atuam nos mais diversos movimentos comunitários e sociais, nos sindicatos, nas universidades defendendo nosso projeto político. Pessoas que nem sempre estão em destaque nos palcos e nas fotos, mas que são a força motora da existência do nosso Partido. Essa massa dirigente que compõem a lista dos “imprescindíveis de Brecht”.

Há que se render reconhecimento, ainda, às correntes internas de pensamento do PT, que contribuem no debate de elaboração teórica e programática. Nós, da Democracia Socialista, fizemos parte da instituição do direito de tendência dentro do PT e nos orgulhamos da decisão que tomamos no final de 1979 de integrar o novo Partido que nasceria naquele fevereiro de 1980.  Nossa palavra de ordem segue válida e viva 44 anos depois: construir o PT é construir a DS e construir a DS é construir o PT.  Atuamos fortemente na construção do PT Socialista, Feminista, antirracista e antilgbtqifóbico. Valorizamos a democracia interna sem nunca abdicar de disputar rumos nos encontros e congressos.

E neste 2024 estamos prontos para, novamente, estarmos nas ruas de todo país para defender um projeto democrático de desenvolvimento e inclusão social nas milhares de cidades brasileiras. Levaremos nossa energia, disposição e alegria, embalados pelos nossos jingles, fortalecidos pelo nosso programa e legado, ostentando a estrela no peito e a nossa bandeira. Essa é a melhor maneira de comemorar um aniversário: prontos para mais uma batalha, com um sorriso nos lábios, o brilho no olho, “sangue na veia”, de quem acredita num novo Brasil para um novo mundo.

Eliane Silveira é Jornalista e Licenciada em Ciências Sociais.

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