Democracia Socialista

4ª Ação Internacional da MMM marca resistências e alternativas das mulheres brasileiras

A Marcha Mundial das Mulheres encerrou na última semana a 4ª Ação Internacional, mobilização que acontece de cinco em cinco anos nos países onde a MMM atua.

No Brasil, a estratégia foi diferente de 2010, quando 3 mil mulheres marcharam por 10 dias de Campinas a São Paulo. Neste ano, a escolha por descentralizar a Ação pelos estados e regiões brasileiras colaborou na mobilização por reivindicações locais das mulheres em seus territórios.

De março a outubro, foram realizadas 10 ações regionais, envolvendo os estados de Tocantins, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte, onde a Ação se encerrou com uma Virada Feminista Cultural e Agroecológica.

 

Eixos de debate e reivindicação
Com o lema “seguiremos em marcha até que todas sejamos livres” e os eixos do trabalho, do corpo e dos territórios das mulheres, os comitês estaduais da MMM partiram para as pautas urgentes em suas realidades: o combate à violência em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas, a luta pela desmilitarização no Rio de Janeiro, o fortalecimento da auto organização no Tocantins, a defesa da água e dos bens comuns, contra a exploração das mineradoras em Minas Gerais, a luta contra o agronegócio e o genocídio indígena no Mato Grosso do Sul, pela autonomia econômica em São Paulo, pela legalização do aborto no Rio Grande do Sul e pela agroecologia e cultura feminista no Rio Grande do Norte.

A ação das 24h de solidariedade, no dia 24 de abril, contra a precarização do trabalho das mulheres, foi realizada internacionalmente e, no Brasil, concretizou-se em diversas cidades do Brasil com mobilizações simultâneas de denúncia às empresas transnacionais que exploram o trabalho das mulheres.

A Marcha das Margaridas, protagonizada pelas mulheres da CONTAG, em parceria de diversos movimentos sociais e centrais sindicais, também representou um importante momento de encontro nacional das mulheres da Marcha Mundial, em luta por agroecologia, autonomia econômica, desenvolvimento sustentável e por mais direitos para as mulheres do campo, das águas e das florestas.

 

Da luta feminista local à mobilização internacional
Compreender as realidades locais e a necessidade de transformá-las passa por compartilhar as experiências e fortalecer o feminismo a nível nacional e internacional, sendo a nossa solidariedade a força para mudar o mundo.

Por isso, a 4a Ação no Brasil resultou em um mapa das resistências e alternativas, construído coletivamente pelas militantes. O mapa evidencia a trajetória da Ação no Brasil, as reivindicações colocadas e a necessária ligação entre todas elas, de norte a sul, por um feminismo cada vez mais plural e diverso, com a participação de cada vez mais mulheres de todas as raças, idades e sexualidades.

O mapa está agora no Peru, onde mais de 80 delegadas de 10 países se reúnem para o 4ª Encontro Regional da Marcha Mundial das Mulheres nas Américas. As mulheres irão compartilhar as experiências da 4ª Ação Internacional em seus países, as lutas travadas cotidianamente em seus territórios e colaborar na elaboração de alternativas que combatam o capitalismo patriarcal e sua exploração sobre nossas vidas e corpos. O encontro no Peru também apoiará a luta das mulheres contra as empresas mineradoras que exploram e invadem suas terras e violentam suas comunidades, e conta com o apoio internacional de mulheres da África, Ásia, Europa e do Mundo Árabe contra o imperialismo, por um mundo em que todas sejamos livres.

Fonte: http://www.marchamundialdasmulheres.org.br