Democracia Socialista

9º congresso deve atualizar o papel da CUT

Jornal DS – 18. Principais bandeiras devem ser as com maior potencial mobilizador.

O 9º Congresso Nacional da CUT (Concut) acontecerá entre 6 e 9 de junho em São Paulo. Um dos desafios desse congresso da maior central sindical da América Latina é construir um marco para a redefinição do papel da CUT enquanto principal referência de organização da classe trabalhadora no Brasil.

Com a eleição de Lula, em 2002, observamos uma certa perda de legitimidade do neoliberalismo no Brasil, situação que foi acompanhada pelas eleições de governos progressistas em outros países latino-americanos. Estão abertas as possibilidades de reversão do quadro de desmonte do Estado e de perseguição aos movimentos sociais, marcas do período em que o neoliberalismo hegemonizou o país.

Frente aos desafios do próximo período, a CUT deve redefinir sua ação estratégica, tornando-se capaz de influenciar nos rumos das políticas nacionais de desenvolvimento social e econômico e de atualizar sua estrutura e organização sindical. O primeiro objetivo gira em torno da busca pela valorização do trabalho e da ampliação dos direitos. O segundo traz à tona a necessidade de fortalecer a organização sindical cutista para incluir o conjunto da classe trabalhadora que se encontra fora do mercado formal e a democratizar a vida sindical.

As tarefas do sindicalismo combativo
O centro da atuação político-sindical da CUT no próximo período deve estar em reivindicações sociais com grande potencial de mobilização da classe trabalhadora. Dentre elas, duas devem ser destacadas: a Campanha Nacional pela Redução da Jornada de Trabalho e a luta por uma política nacional de valorização do salário mínimo. Além disso, devem-se propor políticas de combate à precarização do trabalho, a defesa da formalidade dos contratos como mecanismos para garantir proteção social, acabando com a terceirização e qualquer outra forma de contratação precária.

Outras iniciativas precisam ser encampadas pela direção nacional da CUT, sob o ponto de vista do fortalecimento da organização sindical: a conquista de maiores espaços de liberdade sindical e do direito de organização nos locais de trabalho. Sem falar na necessidade de se impedirem as demissões de dirigentes sindicais.

CONCUT. Salário mínimo e jornada de trabalho estarão no centro da discussões.

Este 9º Concut deve armar a central para enfrentar os desafios do período. A estrutura e a organização sindical cutista devem ser capazes, por um lado, de ser ferramenta adequada para esse enfrentamento. De outro lado, a CUT deve se adequar às características que a classe trabalhadora adquiriu após as transformações operadas nos anos 90 sob o modelo neoliberal. A CSD (corrente CUT Socialista e Democrática) destacou algumas iniciativas dirigidas para estes objetivos:

Essas idéias não são novas na CUT. O novo é a prioridade que a central deve dar a elas em seu conjunto, ampliando sua capacidade de mobilização e de conquista de apoios para além do mundo sindical. As bandeiras de interesse imediato da classe trabalhadora definem se uma sociedade avança a novos patamares de bem-estar geral. Sua concretização depende da correlação de forças política, haja vista a feroz resistência dos setores conservadores a essas propostas. O desafio está colocado.