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MACHISMO NOSSO DE CADA DIA: COMBATER SE FAZ NECESSÁRIO E URGENTE!

2640325Por Adilson Barros*

A luta das mulheres continua!

Infelizmente, o processo de entendimento e aceitação das reivindicações e exigências das mulheres ainda está longe de ser atendido.

Nas instituições, nas políticas públicos, acesso ao Parlamento, cargos de direção de entidades e empresas faltam a voz e presença das mulheres. Neste caso, ainda lidamos com a pouca vontade política de nossos dirigentes, sejam eles parlamentares ou sindicalistas, de garantir o espaço necessário às mulheres.

Precisamos fazer uma reflexão do nosso papel enquanto militantes da esquerda, pois dentro da lógica socialista não é possível fazermos a revolução sem a realização de uma revolução feminista.  As mulheres então presentes em todas as frentes de lutas, elas caminham sempre ao nosso lado, protagonizando as lutas socais e não apenas como figurantes como muitos querem acreditar. É fundamental dividirmos o protagonismo que temos na luta contra toda forma de opressão, e combatermos veementemente qualquer forma de discriminação.

O militante de esquerda, grande nas lutas contra diversos tipos de opressão e discriminação, ainda carrega o legado do patriarcado, do machismo, da homofobia e do racismo, apesar da visão socialista. Por isso, precisa estar sempre atento aos seus atos e falas. Caso contrário, pode estar fadado a entrar em contradição entre o seu discurso político e sua prática cotidiana.

A luta de nós LGBTs tem uma referência na pauta das mulheres, por isso a grande empatia de nossa parte a esta causa. Temos uma história recente no combate à discriminação e sabemos o quanto precisamos avançar, como diz o dito popular: “matamos um leão por dia”. A violência contra mulheres está praticamente dentro da mesma proporção aos LGBTs. E a cada 36 horas um de nós morremos devido à discriminação e homofobia.

O discurso de vários militantes de esquerda que são verdadeiras referências, em grande parte, são agradáveis de serem ouvidos. As pessoas falam o que uma maioria quer escutar. Um público conservador tem dificuldade de escutar que a mulher está lutando pela liberdade de deixar de ser dona de casa e de não ter filhos quando não desejar tê-los. Ou escutar que o negro precisa parar de ser confundido com bandidos todos os dias na rua. Ou então escutar que um casal LGBT tem os mesmos direitos que um casal heterossexual.

Temos uma herança histórica, onde tudo que é diferente e foge dos padrões ditos normais, deve ser condenado, e se fosse possível teria uma sentença de condenação, nossas atuais “fogueiras da Inquisição”.

O militante de esquerda, o “macho”, geralmente é um homem gentil, é agradável no meio onde circula, e sem distinção. Fala sempre olhando nos olhos e com muita altivez. É sempre inteligente e considerado um bom partido. Muito difícil não se apaixonar por eles. Não assedia mulheres na rua e, muito menos, faz cantada ofensivas. Adora “ser o cara”, conhecedor de tudo, não costuma ligar para sua aparência, passa a ideia de compreensão da opressão experimentada pelas mulheres e LGBTs. Mas, nas atitudes do dia-a-dia mostra uma similaridade assustadora com os machistas mais conservadores. O militante de esquerda e machista é quase perfeito.

*Adilson Barros é da direção executiva da Contraf, coordenação nacional da CSD e militante LGBT.

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