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Livro “Setenta” de Henrique Schneider

“O sol, a claridade. Esta cegueira”. Assim, Henrique Schneider, gaucho nascido em Novo Hamburgo, abre seu livro mais recente, “Setenta” (não-editora, 156 páginas).

“O sol como símbolo, algo bom a esperá-lo quando o pesadelo do erro terminasse e ele conseguisse sair.” Esse sol que agora banhava o corpo de Raul, bancário dedicado e um cidadão comum, personagem central da obra de Schneider, cegava-o, mas metaforicamente abriria a entendimento do jovem.

O romance é ambientando em 1970, em uma época em que militares ou juristas, como Alfredo Buzaid, ministro da Justiça entre 1969 a 1974 diziam: “Não há tortura no Brasil”. Hoje sabe-se que havia — e em larga escala. 

Na trama de “Setenta” é narrada a história de Raul, um rapaz tímido e acomodado, de 25 anos, que mora com a mãe no centro de Porto Alegre e nem dá bola para o tenso ambiente político pelo qual passa o Brasil. Nos dez dias desse recorte da vida de Raul, que é sequestrado e torturado por engano, muitas lições podem ser extraídas. Será que a relação com o nosso atual momento político é mera coincidência?

Olha aí, mais um elemento simbólico para o livro “Setenta”. 

— O livro foi escrito entre 2014 e 2015, ao longo das convulsões de rua que culminaram com o golpe, alguns chamam de impeachment, mas está cada vez mais claro que foi golpe, no governo de Dilma Rousseff — explica.

Esse clima de medo, misturado com a tristeza de ver gente defendendo a volta da ditadura, revela Schneider, sintetizam o porquê do livro.

— Por paradoxal que possa parecer, um dos temas principais do livro é a liberdade. É um livro em que a prisão e os porões clandestinos de tortura, que existiram em Porto Alegre, são panos de fundo muito presentes. Tudo é muito angustiante, no livro, e é ali, na escuridão úmida e no sofrimento da prisão, que aparece com mais força a importância vital da liberdade — defende Schneider.

Para o escritor liberdade é a palavra mais importante da língua portuguesa.

— Não por sua beleza em si, pelo som, mas pela enormidade de seu significado, tanto que eu tenho a palavra “liberdade” tatuada no braço.

* Com apoio de matéria publicada no jornal Pioneiro de Caxias do Sul

Henrique Schneider advogado e escritor lançará seu livro “Setenta” no Rio de Janeiro.

Dia 27 de junho, quinta-feira, 19 h

Livraria Leonardo da Vinci

Avenida Rio Branco, 185. Centro

 

 

 

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