No dia 20 de setembro de 2024, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi palco de um dos episódios mais violentos e lamentáveis do ultimo período. Tal episódio teve início com a judicialização promovida pela atual gestão da reitoria contra o corpo estudantil, que, de forma legítima, ocupava o prédio em protesto ao Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA 038/REITORIA/2024), que corta parte de bolsas de auxílio destinadas a estudantes da universidade e impôs novas regras restritivas para o acesso à permanência.
Como resultado desse cenário, assistimos, com grande indignação, à entrada da tropa de choque no prédio da universidade, utilizando gás de pimenta e efetuando a prisão de alguns estudantes, além de um deputado presente no local. A ação violenta foi amplamente divulgada pela mídia hegemônica, que, em sua cobertura ao vivo, não hesitou em expor os rostos dos estudantes que corriam para se proteger das bombas, contribuindo para a criminalização do movimento estudantil.
Repudiamos veementemente o uso da força e a tentativa de deslegitimar e criminalizar o movimento estudantil, sobretudo em uma universidade que se destaca por sua importância histórica. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi pioneira no Brasil ao implementar um sistema de cotas, que possibilitou a estudantes negros e pobres não apenas ingressarem na universidade, mas também serem os primeiros em suas famílias a concluírem uma graduação.
É ainda mais lamentável que, diante da atual crise, a solução encontrada pela universidade, em conjunto com o Estado, tenha sido a mobilização das mesmas forças policiais que reprimem e matam a juventude pobre negra nas periferias. Essa mesma juventude, que hoje luta por seus direitos e auxílios, não deveria ser alvo da violência institucionalizada.
Por último tal atitude por parte da Reitoria da UERJ é um ataque direto aos movimentos sociais reforçando a criminalização dos movimentos, assumindo um papel antidemocrático e de perseguição. Cenas como a de ontem, 19 de setembro de 2024 em que seguranças da universidade e pessoas não identificadas agiram com truculência, batendo, arrastando e violentando estudantes e o ocorrido hoje com a entrada de tropas de choque da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que ocasionaram na prisão do Deputado Glauber Braga, além de outros dois estudantes e um jornalista não podem ser normalizadas.
O Movimento Estudantil, Movimentos Sociais e a Democracia foram atacados no dia de hoje, nossa solidariedade aos estudantes da UERJ e nosso repúdio às ações da Reitoria UERJ.
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