A Comissão Executiva Nacional do PT se reuniu na terça-feira (31/10), em Brasília, para fazer uma análise dos resultados das eleições e dos próximos desafios com o período que se inicia com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veja a resolução.
Resolução da Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores
Com mais de 58 milhões de votos, o povo brasileiro reelegeu o petista Luiz Inácio Lula da Silva Presidente do Brasil.
A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores celebra esta vitória. Saúda os milhões de brasileiros e brasileiras que foram às ruas nestes últimos meses, os militantes do PT, PCdoB, PRB, PSB e os dirigentes e filiados do PMDB, PDT, PV, PP, PCB e PSOL que nos acompanharam no segundo turno da eleição. Saúda, igualmente, os militantes de movimentos sociais da cidade e do campo que se somaram à nossa campanha, as mulheres, jovens, negros, intelectuais, religiosos e sindicalistas que saíram em defesa da continuidade de nosso programa de transformação econômica, social e política do país.
O segundo turno permitiu maior clarificação do debate programático, politizou a eleição, na medida em que pôs frente à frente o projeto de aprofundamento das conquistas sociais deste Governo contra a regressão fiscalista e privatista dos tucanos e de seus sócios do PFL.
Fizemos uma campanha de esquerda, sintonizada com nossa militância e com nossa tradição de combatividade. Reafirmamos nossa política externa, especialmente nossos objetivos de construir um continente americano próspero e integrado.
A vitória de Lula expressa a esperança e a confiança de nossa sociedade, especialmente das camadas populares, no futuro do país. Um futuro que se anuncia como de mais crescimento econômico, políticas sociais, democracia e soberania nacional.
O dia 29 de outubro foi, também, a resposta aos setores conservadores e golpistas da oposição que prometeram “acabar com a raça do PT”, desconhecendo a real força do PT e a consciência do povo que conduziu Lula de novo à Presidência do Brasil.
O Partido dos Trabalhadores sai vitorioso destas eleições, não só porque reelegeu sua principal liderança para a Presidência do Brasil. O PT obteve a mais alta votação para a Câmara dos Deputados e manteve praticamente intacta sua bancada federal. Cresceu o número de seus governadores, com a continuidade de seu projeto no Acre e no Piauí, com os grandes triunfos na Bahia, Sergipe e Pará.
Fomos capazes, também, de construir fortes alianças programáticas de norte a sul que permitiram grandes vitórias estaduais, incluindo aliados históricos de nosso partido.
O Brasil ingressa em um novo período e tem pela frente grandes desafios,
O primeiro, de aprofundar o crescimento sustentável de nossa economia, que nos permita atingir altas taxas de crescimento com inclusão social, emprego, distribuição de renda e expansão das políticas sociais, particularmente no âmbito da educação. Para dar este salto, foram criadas nestes quatro primeiros anos as condições necessárias.
O segundo desafio se relaciona com a continuidade da democratização do país, que passa por uma reforma político-institucional que garanta e amplie a soberania popular, dê transparência às instituições e assegure uma maior participação do povo na vida política do país. E passa, também, pela democratização da comunicação social.
Para atingir esses objetivos é necessário que todas as forças políticas do país se comprometam com a preservação e aprofundamento da democracia. Para isto é fundamental que a sociedade esteja mobilizada e participante na construção do destino nacional.
O Partido dos Trabalhadores está chamado a cumprir um papel crucial neste novo período da vida de nosso país.
Caberá a ele mobilizar a sociedade para levar adiante o projeto democrático e popular vencedor nas eleições. É preciso denunciar e derrotar a tentativa, patrocinada por setores da oposição e da mídia, de impor ao governo eleito a “pauta política” que foi derrotada nas eleições, bem como incidir na composição do governo.
Caberá ao PT, igualmente, levar ao Governo as demandas da sociedade para que este esteja sempre sintonizado com a vontade popular.
Para tanto, o PT deverá realizar um profundo debate sobre o novo período em que ingressa o país e sobre a crise que o atingiu com intensidade nos dois últimos anos.
Nosso partido demonstrou vitalidade quando, nas eleições internas do ano passado, mobilizou 315 mil militantes para discutir seu destino e renovar suas direções. Demonstrou vitalidade também quando, em meio a muitas dificuldades políticas e sob forte ataque dos setores conservadores, foi capaz de conduzir vitoriosamente esta campanha eleitoral.
Trata-se agora de desencadear um processo de discussão que nos permita cumprir nossas tarefas neste novo período e realizar uma profunda renovação política e organizativa do partido. Para tanto, está convocado o 3o. Congresso do Partido que realizar-se-á no próximo ano. Caberá ao Congresso debater, com o conjunto da militância petista, o programa de transformações que o PT defende para o Brasil, bem como o funcionamento do Partido e de sua relação com a sociedade.
Uma próxima reunião de nosso Diretório Nacional, ainda no mês de novembro, discutirá temas políticos e organizativos relacionados com o próximo Congresso, inclusive a possibilidade de sua antecipação para o primeiro semestre de 2007.
Brasília, 31 de outubro de 2006.
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