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A CSD que emerge do 11º CONCUT

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No 11º Congresso Nacional da CUT, principal fórum deliberativo da Central, realizado entre os dias 9 e 11 de julho, tivemos um conjunto das vitórias políticas: o balanço positivo da ação da CUT na conjuntura, as resoluções sobre a estratégia sindical da gestão eleita, a aprovação da paridade entre os sexos nas direções das CUT´s estaduais e na nacional e a incorporação dessa resolução nos estatutos da central e a jornada nacional de lutas, já iniciada.

Resoluções, agendas e tarefas militantes

A aprovação da paridade na direção da CUT ocorre quase 20 anos após a aprovação da cota de 30% nas instâncias da Central. Foi o ponto alto do Congresso, com defesas marcantes a favor da proposta (clique aqui para ler a matéria e fotos da votação) . A aprovação da paridade demonstra, por um lado, o poder de mobilização das mulheres cutistas a partir da unidade em torno de bandeiras comuns. Por outro lado, demonstra que o feminismo está muito mais forte no interior da CUT, no seu programa e na sua estrutura organizativa.

Todo o Congresso foi permeado por saudações de Centrais Sindicais de 40 países. As mensagens ecoavam o mesmo recado: o que o movimento sindical brasileiro tem feito – e a CUT em particular – é um exemplo para classe trabalhadora no mundo.

No que diz respeito à estratégia da CUT frente à crise econômica e ao momento brasileiro, conseguimos reverter a formulação que constava do texto-base (que a CSD não havia subscrito). O trecho fundamental da resolução sobre estratégia será publicado da seguinte forma:

O contexto do Brasil atual é marcado pelo aprofundamento das mudanças, que fortalecem a classe trabalhadora. A CUT faz parte desse movimento, ao disputar os rumos do desenvolvimento sob a ótica da classe trabalhadora. Devemos avançar na estratégia da luta econômica, conquistando e ampliando direitos.

Agora, devemos avançar para uma nova condição histórica, que é definida pela necessidade de construirmos, em conjunto com parceiros históricos e estratégicos, um programa que abarque o conjunto das transformações em curso no Estado e na sociedade, imprimindo-lhe um sentido radicalmente democrático. A CUT tem papel fundamental nessa disputa por um novo Estado no Brasil, sua democratização, sua visão de desenvolvimento, legitimando-se como liderança social de um novo protagonismo popular. (Resoluções 11º CONCUT)

Outra formulação nossa – única proposta que levou à contagem de votos do plenário – é mais direta sobre o tipo de gestão pública e democrática que queremos para a economia:

É absolutamente estratégico para a soberania popular que a democracia participativa seja a forma de gestão democrática da política econômica. O planejamento democrático, o setor público hegemonicamente fortalecido e a soberania popular constituem uma política econômica da democracia participativa. Na economia, as diretrizes da revolução democrática devem trabalhar com as noções centrais de planejamento democrático e economia pública. Com o planejamento democrático, procuramos vincular as metas econômicas às escolhas democráticas do povo, seja na garantia de sua soberania econômica, nas prioridades definidas do desenvolvimento, na forma como o investimento e o avanço científico-tecnológico é produzido e apropriado, através da afirmação do princípio da valorização do trabalho que organiza a vida da maioria ou através da garantia da distribuição mais equitativa possível dos bens e serviços produzidos. (Resoluções 11º CONCUT).

Por fim, foi aprovado que a CUT lutará para que o Governo Brasileiro convoque uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro. Com um bancário na presidência da CUT, essa pode ser uma das grandes iniciativas da nova gestão.

No final do Congresso, foi aprovada uma jornada nacional de lutas, já iniciada com a participação da CUT nas greves e mobilizações dos servidores públicos federais. Em agosto, no dia 15, a CUT realizará uma grande Marcha levando às ruas a plataforma pelo fim do fator previdenciário, contra desoneração patronal, a rotatividade e precarização, pela ratificação das convenções 158, 156 e 189 da OIT, redução da jornada e outras bandeiras de luta que envolvem todo conjunto da classe trabalhadora. Congregam também a Jornada de Lutas, a participação da Central na Marcha dos Rurais pela Reforma Agrária contra o latifúndio e o agronegócio marcada para agosto, apoio à Marcha Nacional da Educação, em Brasília, que ocorrerá no mês de setembro, e, apoio às campanhas salariais unificadas das diversas categorias do segundo semestre contra o discurso do arrocho, buscando ampliar as conquistas.

O crescimento da CSD

Numa movimentação coerente com as vitórias políticas, dada a influência da CSD para a formulação estratégica da CUT, vivemos um crescimento nacional da nossa militância. Crescemos em todas as regiões do país e iniciamos a implantação da corrente em novos estados. Consolidamos nossa presença na direção de diversas CUTs estaduais, em ramos nacionais e em grandes sindicatos.

O resultado concreto foi o crescimento da CSD na Executiva Nacional da CUT. Elegemos quatro dirigentes, sendo duas secretarias (mulheres e juventude) e dois membros da Executiva. A representação da CSD na CUT é composta por 50% de mulheres, de negros e de jovens.

Numericamente, crescemos em relação ao Congresso passado (em 2009, quando fizemos 9%). Alcançamos em 2012 o patamar de 12% do Congresso e de 14% da chapa vitoriosa. Nosso principal crescimento e maior bancada regional foi do Nordeste.

A frágil opção do divisionismo

A dissidência da CSD, coordenada por sindicalistas do Rio Grande do Sul, lançou um campo político novo, chamado de “A CUT Pode Mais”. Obteve a adesão dos militantes do serviço público que saíram da CSD e da DS do Distrito Federal e unificaram-se com os militantes sindicais da tendência petista Militância Socialista (concentrada na APP, Paraná).

Durante todo o Congresso, a presença desse campo deu-se de forma acanhada, sem grandes defesas de resoluções ou qualquer intervenção que influenciasse os debates em curso. Ao final do Congresso, lançaram uma chapa de oposição, cuja candidata à presidenta foi Rejane Oliveira (CPERS). Uma chapa formada por sindicalistas do serviço público, majoritariamente gaúcha. Teve a adesão de sindicalistas da educação pública de Santa Catarina, de independentes do serviço público federal, que não foram incluídos na chapa da atual direção nacional e de militantes da Tribo, uma corrente interna à Fasubra.

Não atraíram nenhuma das correntes políticas com presença na Direção Nacional da CUT. Não apresentaram nenhuma formulação estratégica para a direção da Central. Reduziram-se a acusar a direção da CUT de governismo, imobilismo e aparelhamento pelo partido.

Essa chapa de oposição alcançou 8% dos votantes, quando sua força política não ultrapassava 3%. Difícil prever se esses setores que votaram na chapa de oposição estão dispostos a compor esse campo político.

A opção dos que romperam com a CSD e com a DS, é a limitação a uma corrente política concentrada no serviço público, sem programa estratégico e sem presença política nacional na CUT. O corporativismo sindical é o seu horizonte.

Novos desafios para a construção da CSD

Saímos desse 11º CONCUT com uma CSD mais orgânica, coesionada em nossos objetivos e muito mais disposta a organizar o crescimento nacional. Passamos por grande renovação na maioria das CUTs Estaduais (na CUT Paraná, nossa renovação na direção foi de 100%) e na CUT Nacional.

Temos ao menos dois grandes desafios imediatos: planejar o crescimento nacional e consolidar uma política nacional de formação sindical da corrente.

Diversos estados já marcaram plenárias e seminários com esses dois objetivos. Nos dias 16 a 18 de agosto, realizaremos nosso II Seminário Nacional de Formação da CSD, na cidade de Alagoas. Os objetivos dessa atividade são: Atualizar a direção da CSD acerca dos desafios decorrentes do 11º CONCUT; Sistematizar nossa formulação atual para fomentar o coesionamento da cultura política da militância da CSD; Organizar os desafios para a formação política da CSD para os próximos três anos.

No ano que completamos 10 anos de existência a CSD reafirmou, no 11º CONCUT, seus três princípios centrais: a construção da CUT como instrumento da classe trabalhadora, a democracia e a luta pelo Socialismo.

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