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A mudança na prática | Margarida Salomão

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Margarida em ato do Muda PT com Leonardo Boff e Inês Pandeló

Desde o início de 2016, uma só voz percorreu todo o país com um grito daqueles que sempre defenderam um Brasil justo e democrático. O “Não vai ter Golpe, vai ter Luta!” foi ecoado por todos os movimentos sociais e partidos políticos que acreditam na importância de um legado de desenvolvimento e oportunidades iniciado desde o governo Lula.

Apesar de ter obtido sucesso, o golpe não pôs fim à nossa luta. Ela agora corporifica-se na defesa dos direitos sociais e da classe trabalhadora. Para tanto, contudo, exige-se coerência e plena nitidez de posição. O Muda PT nasce com o objetivo de assegurar que tais requisitos sejam efetivamente cumpridos pelo partido, inclusive em sua expressão no Congresso Nacional. Isso é condição necessária para vencer a velha política que ora dirige o país, bem como para resgatar a credibilidade do partido junto a diversos estratos da sociedade brasileira.

A decisão do Diretório Nacional do PT, em reunião do dia 20 de janeiro, caminha no sentido oposto ao que defendemos. A resolução firmada permite a negociação de apoio a Rodrigo Maia e Eunício Oliveira na eleição das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado.

Trata-se, contudo, de uma posição a ser referendada pelas bancadas no Congresso. Sendo assim, é muito importante que os militantes façam pressão junto aos parlamentares petistas, atuando para que estes não votem em qualquer candidatura golpista. Esse é o posicionamento do Muda PT.

Claro que o espaço parlamentar é essencial, o PT é a segunda maior bancada da Casa e tem o direito constitucional a ele pelo princípio da proporcionalidade. Porém, temos que prezar pela coerência. Não podemos, para ocupar um lugar que é nosso por direito, fazer acordos com os parlamentares que foram protagonistas do golpe ou estão implementando a pauta golpista da reforma da previdência, reforma trabalhista, mudanças do marco civil da internet, reforma ensino médio e outras medidas contra o povo.

Mais importante do que ocupar espaço na Câmara é resguardarmos nossa identidade política. O Muda PT é contrário a essa decisão. Deputados e senadores deveriam não votar nos golpistas e construir um bloco oposicionista com candidaturas próprias às mesas. Precisamos defender a democracia no Brasil, bem como o PT e sua trajetória política.

Nosso Partido precisa de uma nova postura sem vacilação e sem conciliação com golpistas. Estamos no processo do 6º congresso para tomar decisões estratégicas para o PT e especialmente para eleger uma nova direção. O grande teste para o posicionamento do Muda PT no Congresso que se aproxima, será no próximo 1º de fevereiro. Petistas que acreditam na mudança tanto do país como do próprio Partido não votam em Golpistas.

Margarida Salomão é deputada federal (PT-MG)

Artigo originalmente publicado em Brasil 247

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