Há 100 anos, em 1917, no 8 de março (23 de fevereiro no calendário gregoriano) quando se em vários países do mundo se realizavam ações como parte dessa data, as mulheres russas deram início a uma greve e com ela o início de revolução Russa.
É como parte dessa trajetória de luta que estaremos nas ruas de todo o país, juntas com mulheres de todo o mundo, seguindo nossas ações para mudar a vida das mulheres para mudar o mundo. Isto, porque consideramos como nosso objetivo maior a igualdade em uma sociedade sem exploração de classe, sem racismo, sem opressão das mulheres, com respeito à diversidade da sexualidade e em harmonia com a natureza.
No Brasil nossa prioridade será a luta contra a reforma da previdência, por uma vida sem violência e que garanta a autonomia e a vida das mulheres e por isso a luta pela descriminalização e legalização do aborto.
Essa ação se articula com nossa luta contra o golpe e pela recuperação da democracia e de um projeto que avance na construção da igualdade em nosso país.
As mobilizações do 8 de março marcarão o início de nossa jornada de luta que seguirá com a greve da educação em 15 de março onde estaremos todas construindo uma grande paralisação nacional.
O 8 de março é organizado pelo movimento de mulheres, uma data em que como parte desse processo de auto-organização as manifestações são organizadas e dirigias pelas mulheres. Isso se expressa também no fato que, nesse dia, as vozes que ecoam nos discursos, nos jograis, nas músicas, nos gritos de luta e as mãos que dão o ritmo das batucadas são das mulheres. Mas ao mesmo tempo é parte e constrói uma luta que é do conjunto da classe trabalhadora e todos os setores oprimidos e marginalizados.
As ações das mulheres serão a expressão da diversidade e vozes feministas em nosso país:
– Mulheres negras em resistência desde a escravidão colonial mas também construtoras e defensoras da vida da cultura, das práticas de solidariedade, da música, da poesia, da memória.
– Das mulheres jovens que se insurgem irreverentes a todas expressões de opressão, que constroem no cotidiano experiências que buscam a igualdade com seus pares, como nas ocupações da escola e tantas outras.
– Das mulheres camponesas, rurais, das aguas e das florestas, que resistem do mercado sobre seus territórios, suas vidas e seus corpos. E que nessa resistência constroem alternativas e elaboram propostas de outro modelo para a sociedade
– As mulheres das cidades, sejam as que lutam nos sindicatos, as que estão nas periferias nos movimentos de moradia, na luta contra o genocídio da juventude negra, contra a violência e militarização de seus territórios, que denunciam e lutam contra o tráfico de mulheres, as máfias da prostituição e tantas outras lutas.
– As deficientes que nos ensinam que o direito a autonomia para todas exige outra forma de organizar os espaços, outro modelo de mobilidade urbana, outras formas de comunicação e outras vez tantas outras lutas.
É como parte dessa grande jornada de lutas e mudanças que nesse 8 de março nossa voz ecoará por todos os cantos: Aposentadoria Fica, Temer sai! Diretas Já!