Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas…”
(Carlos Drummond de Andrade)Companheiros e companheiras petistas de todo o país,
O povo brasileiro começa a perceber os motivos reais do impechament da Presidenta Dilma. O governo golpista de Temer representa os interesses mais escusos da elite mais conservadora, egoísta e retrógrada. O que está ocorrendo é um verdadeiro desmonte das políticas sociais que garantiram a inclusão àqueles e àquelas que foram historicamente privados de direitos no Brasil. A economia está estagnada, o desemprego cresce, há queda de salário, inflação, a crise nos estados aumenta. A saída de Temer para a crise econômica, invariavelmente, pune os mais pobres e protege os ricos, como na Reforma da Previdência.
Nesse último período tive a oportunidade de visitar vários estados, de todas as regiões do nosso país e pude ver que cada dia aumenta a insatisfação popular com o governo Temer e cresce a percepção de que o golpe não foi contra o PT ou contra a Dilma, mas contra o povo trabalhador brasileiro. Vi também a força popular da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva. As pessoas tem memória, querem Lula de volta para mudar o Brasil. Lula cresce a cada pesquisa mesmo com todo tempo dedicado pela mídia e pelo judiciário para atacá-lo. Não podemos aceitar a possibilidade de que Lula não seja candidato. Lula tem que ser nosso plano A, B e C, porque impedir sua candidatura é a ruptura de qualquer resquício democrático que ainda exista no país.
Sou candidato à Presidência do PT porque acredito que o nosso partido precisa de firmeza e combatividade para estar à altura dos desafios que estão colocados. Só um partido forte, enraizado e militante é capaz de enfrentar todo o cerco do conservadorismo e eleger Lula Presidente da República.
Acredito que o PT precisa, no seu 6º Congresso, fazer um profundo balanço da sua atuação e autocrítica dos erros cometidos para ser capaz de transformar-se em um instrumento de mobilização popular, de formulação política e de encantamento da juventude.
Minha candidatura representa um desejo coletivo de mudar o partido, de petistas que acreditam ser necessário voltar às bases, aos núcleos de militantes, fortalecer os debates setoriais, democratizar as decisões sobre as finanças do partido, empoderar as mulheres, os negros e os jovens e criar um canal de comunicação criativo e de massas.
Não quero um PT acomodado, burocratizado. Acredito no poder de mobilização e luta do nosso partido. Defendo um PT firme contra o golpe. Quero construir coletivamente um partido de luta, nas ruas e com os movimentos sociais. Um partido que cumpra o papel de disputar consciências e organizar o povo.
Quero ser o Presidente que vai ouvir a militância, como no caso das eleições da Mesa da Câmara e do Senado. O levante dos petistas contra o acordo com golpistas foi pedagógico para a direção partidária, que não pode ser anacrônica com o sentimento da nossa base. Apoiar um golpista no Congresso Nacional seria compactuar com a pauta entreguista que está colocada.
O PT é o maior partido de esquerda do Brasil. Os governos do PT mudaram esse país e é inadmissível que um partido do nosso tamanho permaneça na inércia interna. Quero ajudar a construir um PT que dialogue com a sociedade, que encante mentes e corações, que enfrente o neoliberalismo nas ruas e que seja forte para organizar a luta pelo Fora Temer, por Diretas Já e para derrotar a direita em 2018.
Domingo, dia 09 de abril, é um dia muito importante para o nosso partido: é dia de eleger as Direções Municipais do PT e os delegados e delegadas às etapas estaduais do 6º Congresso do partido. Vamos participar desse processo com o máximo de consciência da importância de uma Direção forte, militante e mobilizadora. Uma Direção que compreenda a vivacidade da luta de classes no nosso país. Uma Direção capaz de construir, junto com Lula, uma candidatura à Presidência da República com nitidez programática, que fale de sonhos, que não tenha medo de enfrentar debates que precisam ser feitos como os da cidadania LGBT, da saúde reprodutiva das mulheres, da necessidade de uma nova política de drogas, da desmilitarização das polícias e da democratização dos meios de comunicação.
É no 6º Congresso Nacional do PT que devemos atualizar o Programa do PT para eleger Lula. Acredito que o modelo econômico seja um dos principais debates que devemos realizar. A política econômica adotada pelo Levy foi um dos nossos mais graves erros, porque puniu justamente aqueles e aquelas para quem devemos governar. O ajuste fiscal gerou recessão e desemprego, corroeu a base de apoio do nosso governo e abriu o flanco para o golpe das elites, que radicalizou a política de austeridade e soterrou os benefícios que haviam melhorado a qualidade de vida do povo mais pobre. O Programa da candidatura de Lula, portanto, tem que ser nítido e à esquerda, recuperando a dimensão da luta de classes e apresentando uma plataforma de mudanças que vá além do ciclo de “mudanças sem conflito”. Precisamos enfrentar o neoliberalismo e o sistema financeiro com distribuição de renda, mas isso somente acontecerá com uma política econômica ousada e anticíclica, que eleve a demanda interna para impulsionar o crescimento, retome a política de conteúdo nacional, taxe as grandes fortunas, que tribute lucros e dividendos e que reveja o Sistema da Dívida Pública. Precisamos de um partido forte para defendermos uma agenda de Reformas que não fomos capazes de fazer: Reforma Política, regulamentação da mídia, Reforma do Judiciário, Reforma Agrária e Urbana.
Precisamos construir juntos um partido com formação política qualificada para a nossa militância, aberto para seus filiados e filiadas, transparente com as finanças, popular e de luta! Um partido militante, democrático e socialista!
Convido a todos e a todas para participar desse levante, dessa vontade de incendiar o PT para mudar o Brasil.
Lindbergh Farias, candidato a Presidente do PT