“Os rios do continente percorrem tuas veias
e as minhas, a caminho de Santa Clara.
Que “el Gran Caimán” te recolha,
em nome de todos nós.
Os rios do continente visitam os olhos
da terceira geração tocada
pela tirania de tua luz: “Che”.
Tuas mãos deixaram o fuzil
e a palavra.
Há o tempo dos fuzis
e o tempo da palavra.
A palavra se faz verso,
aço
e ternura.
Por isso a palavra vaza o tempo,
sempre visitará a boca dos insubmissos.
neste tempo de desertos, “Che”,
cabe aos poetas a temerária
tarefa das ressurreições.”
Para não esquecer o 8 de outubro. Brasília, 2020.
Pedro Tierra
- parte do poema “Ressurreição”. Publicado no livro “Dies Irae”. Goiânia, edição do autor. Dies Irae em latim é “O dia da ira”
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