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Da unidade nasceu a novidade – Balanço do VII Encontro Nacional de Combate ao Racismo do PT

241720Na última semana o Partido dos Trabalhadores realizou seu VII Encontro Nacional de Combate ao Racismo, que elegeu a nova formação do coletivo nacional e reelegeu Cida Abreu como secretária nacional.

O VII encontro nacional, realizado na cidade de Recife – PE, reuniu em torno de 240 delegadas/os e mais convidados e observadores de todo o país.

Atualmente o PT é o principal partido de sustentação do Governo Federal e, com as vitórias do companheiro Lula e da companheira Dilma Roussef à Presidência da República, foi o maior responsável pela promoção de alterações substanciais na realidade vivida por milhões de brasileiros/as, em sua grande maioria negras/os. Mesmo com essa conjuntura favorável, o Encontro Nacional de Combate ao Racismo do PT se limitou a promover um espaço centrado na disputa pela direção da secretaria sem que avançássemos nas discussões referentes ao novo período histórico e a dimensão da luta antirracista no interior do maior partido socialista do nosso continente.

Foram apresentadas para a apreciação dos delegados/as seis chapas e cinco candidaturas a Secretario/a Nacional de Combate ao Racismo do PT.

As chapas inscritas foram Construindo um Brasil sem Racismo – Brasil sem Racismo, Negras e Negros protagonizando o século XXI – Axé, Movimento e Luta – Combate ao Racismo no centro da Revolução Democrática –  O Quilombo/CNB –  Combate ao Racismo e o Capitalismo com Raça, Gênero e Classe.

Um partido com a cara a luta e o suor do povo brasileiro

Em 2009 a Democracia Socialista, corrente interna do PT realizou sua IX Conferencia Nacional, onde definimos a partir daquele momento nossos desafios e tarefas frente a atual conjuntura no processo de construção de um PT cada vez mais militante e comprometido com os ideais emancipatórios da classe trabalhadora.

Esse processo se consolidou em nossa X Conferência Nacional, no ano de 2011, onde apontamos para o conjunto do partido a centralidade da dimensão antirracista na construção da revolução democrática, período esse iniciado pelas vitorias estratégicas do PT nas eleições presidenciais e que tem no combate à pobreza e à fome, no desenvolvimento econômico com distribuição de renda e na luta pelo democratização do Estado, seus principais eixos de atuação.

Promover o antirracismo ao centro da nossa contribuição na construção de uma sociedade cada vez mais democrática exige da nossa militância a tarefa de consolidação do nosso PT como o principal instrumento de luta da classe trabalhadora no país.

Para o VII Encontro Nacional de Combate ao Racismo do PT apresentamos a chapa “Combate ao Racismo no centro da Revolução Democrática”, apontando um necessário debate sobre os rumos tomados pela Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT em suas últimas gestões, onde em nada contribuiu para um debate mais estratégico acerca do papel da militância negra no interior do partido e na sua relação com o movimento negro, concentrando seus esforços nas disputas internas e na realização de encontros e atividades que não avançaram na construção de uma nova cultura política para a secretaria.

Promovendo um debate crítico, mas apontando saídas para os limites encontrados na condução da agenda antirracista do partido, entre as chapas apresentadas ao encontro, a chapa “Combate ao Racismo no centro da Revolução Democrática” foi aquela que em seu interior aglutinou a maior diversidade de forças políticas (“Articulação Democrática – AD” de Minas Gerais, a “Esquerda Democrática e Popular – EDP” da Bahia assim como setores do campo “Construindo um Novo Brasil – CNB” do estado da Bahia e do estado de Sergipe), que compreenderam como nós os desafios e a nossa responsabilidade como construtores de um PT com a cara do povo brasileiro.

Um encontro marcado por desencontros

Uma programação enxuta que não permitiu um maior debate entre as diferentes chapas e candidaturas, a falta de espaços que promovesse dinâmicas de formação e mesas com fraco teor de politização, deram o tom do VII Encontro Nacional onde ficou nítido para o conjunto das delegadas/os e observadores a centralidade dada a disputa eleitoral ali presente.

Os processos de encontros regionais e tiragem de delegados, em vários estados, foram marcados por contestação e recursos remetidos para analise da Comissão Executiva Nacional, como o emblemático caso do estado de São Paulo que teve seu encontro anulado pelo não cumprimento das regras regimentais.

O encontro nacional foi marcado pelo forte embate entre as chapas com referência no campo “Construindo um novo Brasil”, que reproduziram no VII Encontro às disputas internas travadas no interior da CNB, onde de um lado estava a atual secretária Cida Abreu, que contou com forte adesão da direção nacional da corrente Articulação, e do outro lado o companheiro Zé de Oliveira, assim como a ex-ministra da Seppir Matilde Ribeiro, que apresentou uma candidatura que defendia sua gestão no ministério e buscava a retomada de importante espaço na estrutura institucional do partido.

A retirada das candidaturas ligadas a Articulação de Esquerda e ao Movimento PT, em apoio à companheira Matilde Ribeiro, a elevou a condição de segunda candidata mais votada com 47 votos seguida do companheiro Ivonei Pires com 35 votos e do companheiro José de Oliveira com 4 votos. A votação desses candidatos, porém, não impediu a reeleição da companheira Cida Abreu para mais um mandato frente à Secretaria de Combate ao Racismo do PT, por um expressivo número de 146 votos.

O novo sempre vem

O resultado final do VII Encontro Nacional de Combate ao Racismo do PT nos apresentou a polarização de duas forças políticas que hoje constroem a pauta racial no nosso partido.

De um lado o campo “Construindo um novo Brasil” que tem como principal representante a secretaria reeleita Cida Abreu e que indicará seis membros ao coletivo nacional, do outro a ex-ministra Matilde Ribeiro, também da CNB, que indicará dois membros e o companheiro Ivonei Pires, representando a Democracia Socialista, que indicará os outros dois membros efetivos do coletivo nacional de combate ao racismo do PT.

Coerentes com nossa construção e posicionamento durante todo o processo do VII Encontro, desde as etapas estaduais e o constante diálogo com as diferentes forças políticas que compuseram conosco a chapa “Combate ao Racismo no centro da Revolução Democrática”, apresentamos para a militância do PT o nosso compromisso de dirigir uma política crítica e responsável à atual gestão eleita.

Entre os eixos organizadores de nossa intervenção no coletivo nacional no próximo período está a construção de uma nova cultura política para a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo, o fortalecimento e enraizamento do debate programático de um partido socialista e revolucionário e a reaproximação do partido junto ao movimento negro brasileiro e internacional, compreendendo que dessa relação surgirá a síntese necessária para pavimentarmos os rumos de uma transição ao socialismo em nossa sociedade, a partir das tarefas dirigidas pelo Partido dos Trabalhadores.

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