No dia 19 de junho, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra comemorou seus 20 anos. Queremos deixar registrada nossa homenagem a um dos mais importantes movimentos sociais do país. A reforma agrária, luta diária do movimento, é condição indispensável para o desenvolvimento com distribuição de renda, e um dos principais pilares da luta contra a desigualdade social. Herdeiro de diversos movimentos populares do país, especialmente dos camponeses, o MST mantém viva a esperança dos lutadores do povo.
Nesse momento de júbilo, fica também a denúncia da perseguição ao movimento praticada por um dos maiores defensores do latifúndio e do desmatamento. O deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), autor dos requerimentos de quebra de sigilo bancário da ANCA e da Concrab, é grande proprietário de terras e já foi presidente da UDR. Ele é neto de Moisés Lupion, ex-governador do Paraná, que foi afastado e preso por corrupção.
Proezas dos Lupion
Moisés foi megagrileiro, chegando a criar uma empresa que revendia áreas devolutas cultivadas por posseiros; foi acusado inclusive de revender uma praça pública. Abelardo, por sua vez, segundo o Diap, foi o idealizador do decreto governamental que proíbe vistoria em terras ocupadas, e é conhecido aliado da repressão militar.
A tentativa de criminalização do MST representa, portanto, um ataque à reforma agrária e ao movimento popular. Vindo de quem vem, nada espantoso. Ao denunciar essa perseguição, rechaçamos também os que atuam para manter a estrutura fundiária aviltante ainda vigente no Brasil.
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