Por Elvino Bohn Gass, publicado originalmente no jornal Zero Hora*
Era 7 de setembro e a presidenta Dilma foi à televisão anunciar que, em 2013, os consumidores domésticos pagarão 16% a menos na conta de luz, e as indústrias terão uma redução de 28% nos gastos com energia elétrica. Era o Dia da Pátria e a presidenta não fez louvores cívicos. Ela sabe que uma Pátria de verdade se faz com homens e mulheres vivendo com dignidade. Daí que não poderia haver maior declaração de amor ao país do que anunciar medidas que melhoram, concretamente, a vida do seu povo.
Nem bem se passaram sete dias e a presidenta voltou com um novo e promissor anúncio: a política de desoneração da folha de pagamentos, que já atinge alguns setores, será ampliada para mais 25 áreas econômicas como forma de estímulo à produção, ao emprego e à competitividade.
Para quem já entendeu que este país tem um modelo de desenvolvimento que, invariavelmente, congrega crescimento com distribuição de renda, nenhuma novidade. Mas no Congresso Nacional ouviram-se queixumes. As medidas, segundo os partidos que fazem oposição à Dilma, seriam eleitoreiras. Os que se arriscaram na crítica fizeram-na em volume suficiente para que fosse ouvida no Planalto, mas nem tão alto que retumbasse nos ouvidos da população. Afinal, eles sabem que, como disse o presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul, José Antonio Fernandes Martins, “é ridículo” fazer tal afirmação num momento em que o mundo vive a pior crise financeira da história. Queriam o quê os opositores? Que não se governasse porque há uma eleição em curso? Alto lá! Este país tem governo.
E governar é fazer escolhas. Pois Dilma escolheu reduzir o custo da mão de obra sem diminuir salário ou benefícios ao trabalhador. Sim, corajosamente, Dilma escolheu uma renúncia fiscal de R$ 60 bilhões nos próximos quatro anos. E o fez para fortalecer setores com problemas conjunturais, como o de aves, suínos e derivados, que têm enfrentado alta do preço de grãos (nós, gaúchos, sabemos bem dessa dificuldade); e o segmento de transporte rodoviário coletivo, cuja desoneração evitará o aumento do preço de passagens, item que tem grande impacto na inflação.
Eleitoreira? Dilma? Ouso dizer que eleitoreiras são as críticas. Prova-o um raciocínio primário: a oposição reclama das ações da presidenta mas, por sabê-las positivas, em nenhum momento discute o mérito do que foi anunciado. Pode haver comportamento mais eleitoreiro?
* Elvino Bohn Gass é Deputado Federal (PT-RS), membro da Coordenação Nacional da DS e Secretário Nacional Agrário do PT.
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