O IV Fórum Social Américas (FSA), realizado de 11 a 15 de agosto em Assunção, Paraguai, sob o lema “Outra América é possível. Nossa América está no caminho”, deu continuidade ao processo iniciado em Quito em 2004. Dez mil inscritos de mais de 20 países latinoamericanos e caribenhos participaram.
Eduardo Mancuso
A abertura reuniu intelectuais da esquerda sul-americana, como o brasileiro Emir Sader, o argentino Atilio Borón, o venezuelano Edgard Lander, o peruano Anibal Quijano, a guatemalteca Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz, entre outros.
Em grande ato político, o FSA recebeu o presidente anfitrião, Fernando Lugo. Diante das constantes ameaças golpistas que vem sofrendo desde sua posse em 2008 por parte da direita paraguaia, ele agradeceu a solidariedade dos milhares de ativistas presentes e defendeu a integração latino-americana. Também denunciou o processo golpista em Honduras e a necessidade de as forças democráticas permanecerem alertas para as iniciativas do imperialismo na região.
A Assembléia dos Movimentos Sociais teve forte participação brasileira, em especial da CUT e da Marcha Mundial das Mulheres. O ato de encerramento teve presença do presidente uruguaio Pepe Mujica e do boliviano Evo Morales. Morales e Lugo, também presente, destacaram os novos ventos que sopram em nossa região e o Fórum Social Américas como expressão dessa verdadeira revolução democrática.
O balanço do FSM 2010 descentralizado na América Latina, rumo ao Fórum Social Mundial de Dakar 2011, é extremamente positivo. O Fórum Social Grande Porto Alegre em janeiro, o Encontro de Cochabamba em abril, o Fórum Social do México em maio, e o IV Fórum Social Américas no Paraguai contaram com o apoio de governos progressistas, e demonstram que o continente latinoamericano é a única região do mundo em que se conseguiu passar, de forma parcial, porém efetiva, da resistência e da crítica ao neoliberalismo à construção de alternativas concretas democráticas e populares pós-neoliberais.