Olha gente, minhas primeiras palavras, ao celebrar essa vitória, são, antes de tudo, de agradecimento. Porque a gente tem a obrigação de agradecer. Ao eleitor, à eleitora, àquele eleitor e àquela eleitora anônimos, que saíram de suas casas e foram às urnas registrar o seu voto. E aí sinto fortemente como se deles tivesse recebido uma mensagem, um recado. Um recado simples, que diz que eu devo seguir em frente. Que eu devo continuar nessa luta junto com cada um desses eleitores e dessas eleitoras para mudar o Brasil.
E aí eu quero iniciar minha fala também agradecendo ao nosso vice-presidente e meu companheiro de chapa, meu querido Michel Temer. Que depois de ter sido grande vice, se transformou num incansável e aguerrido militante, fervoroso militante. Andou o Brasil defendendo nosso projeto, as nossas propostas e o nosso governo.
Agradeço também ao PT, o meu partido, e aos partidos aliados. O PMDB, o PC do B, o PDT, PR, PROS, o PSD, o PP e o PRB. Agradeço também a lideranças de outros partidos, que embora não estivessem na minha base aliada, estiveram comigo na luta diária e me apoiaram.
Destaco também o empenho dos mais diversos movimentos sociais e também o apoio das centrais sindicais. Agradeço de uma forma muito especial aos queridos governadores, candidatos a governadores, candidatos a senadores, a deputado federal, estadual, que somaram suas campanhas à minha campanha. Num gesto decisivo de desprendimento e de participação conjunta.
Agradeço a luta de cada um deles. E, falando em luta, quero encerrar meus agradecimentos saudando a militância guerreira do meu partido e dos partidos aliados. A quem eu reconheço o empenho em todos os cantos do nosso País, em todas as cidades, em todos os municípios. Agradeço esse apoio e esse calor, que quando a gente chega num lugar nos é transmitido como se fosse um abraço fraterno. Faço questão de agradecer também a uma pessoa, ao nosso querido líder companheiro e amigo, o presidente Lula.
Sem o presidente Lula, eu não teria chegado onde cheguei, não teria como realizar o meu sonho de ajudar a fazer um Brasil melhor. Como a gente dizia, desde a luta pela resistência, a luta continua, e eu quero repetir isso aqui, a luta continua.
Uma luta que sem dúvida será mais uma vez vitoriosa, porque é a luta da maioria do povo brasileiro. Depois de a luta continua, tinha que ser, o povo unido jamais será vencido.
Essa luta é a luta dos construtores de futuro, que não deixarão jamais o Brasil voltar para trás. Essa foi uma campanha, desde o início, marcada por uma tragédia, a morte do companheiro Eduardo Campos, que esteve junto conosco no meu governo e do presidente Lula por muitos anos. Mas temos que seguir em frente. Por isso quero dizer que entendi claramente o recado das ruas e das urnas. O principal recado que recebi, que me orgulha, me estimula, reforça minhas convicções e minhas energias, é que o povo brasileiro anseia por mais avanços, e disse que vê no projeto que eu represento, que vê nesse projeto a mais legítima e confiável força de mudança. E que é uma responsabilidade que nós, que defendemos o projeto, temos de assumir perante a história.
A maioria dos brasileiros votou dizendo que a melhor mudança, a mais segura é acelerar e melhorar o Brasil que nós estamos construindo. Eu sou a primeira pessoa a querer mais, a querer fazer sempre mais. E quero dizer a todos os brasileiros que quem conquista, quem conquistou tem o dever de lutar e garantir essas conquistas e avançar mais. Farei todas as mudanças necessárias para que o Brasil, a vida de cada brasileiro, melhore cada vez mais.
Eu garanto que vou fazer, como o Lula, que fez, como nós sabemos e vivemos, um segundo governo muito melhor que o primeiro. Por isso, meus companheiros e companheiras, que hoje nos escutam, eu tenho um compromisso arraigado, profundo, que se expressa na frase que está aqui neste fundo de palco, ‘Governo novo, ideias novas’. Sim, ideias novas porque são ideias para resolver o problema da Saúde, por exemplo, que é caso do programa Mais Especialidades, criando rede de clínicas, como eu disse várias vezes nas minhas entrevistas, diminuindo as filas, para acabar com a demora no atendimento e nos exames necessários. Aliás, nós conseguimos acabar com a demora na fila da Previdência, que todo mundo falava, e agora, como resolvemos, o pessoal esqueceu.
Ideias novas também na Segurança, como fizemos durante a Copa, criando os Centros de Comando e Controle e, sobretudo, a política integrada na qual o governo federal vai participar diretamente em parceria, juntando as suas forças, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e com o apoio das Forças Armadas.
Ideias novas para Educação, ampliando o que fizemos corretamente como ProUni, Fies, Pronatec, Ciência Sem Fronteiras, mas fazendo também um esforço enorme, uma grande mudança. Utilizando os recursos do Pré-sal para valorizar os professores, mudar a qualidade do ensino básico.
Ideias novas na Economia, controlando ainda mais a inflação, mas sem produzir ajustes e medidas impopulares, arrocho e desemprego que tivemos nos governos do PSDB.
Ideias novas nas políticas sociais, que são muitas no meu governo, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, mas com a certeza de quem soube fazer é quem sabe fazer avançar.
Ideias novas também para trazer o Brasil para um novo ciclo de desenvolvimento, um Brasil moderno, mais inclusivo, mais produtivo e mais competitivo, garantindo um crescimento que vai assegurar um imenso avanço na nossa sociedade e na vida do nosso povo.
Sobretudo, nesse processo, é convicção nossa que a Educação deve estar no centro de tudo. Com empregos melhores, estímulos aos empreendedores, com inovação, com ciência e tecnologia. Repito sempre o que disse de forma exaustiva nessa campanha. Meu governo tem um fundamento moral baseado em dois valores. Um é a igualdade de oportunidades, que garante evolução da sociedade.
O outro é o combate sem tréguas, duro, duríssimo à corrupção, que garante avanço também da nossa sociedade. E a certeza absoluta de que nós precisamos fazer a reforma política. Reforma essa que é a mãe de todas as reformas. Vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que haja a possibilidade e, sobretudo, a certeza de transformar essa reforma em realidade. O primeiro passo, sabemos qual é, mobilizar a população num Plebiscito Popular.
Meus queridos, o povo acaba de dizer, e nós temos certeza que vai dizer outra vez, no dia 26 de outubro, que não quer os fantasmas do passado de volta, com a recessão, arrocho, desemprego, e que nós queremos novamente disputar com o PSDB, que governou para apenas um terço da população, abandonando os que mais precisam.
O povo brasileiro não quer de volta o que podemos chamar de fantasmas do passado. Aqueles que quebraram esse País três vezes, fizeram os juros que chegaram a 45%, desemprego massivo, arrocho salarial e jamais promoveram, quando tiveram oportunidade, políticas de inclusão social e redução da desigualdade.
O povo brasileiro não quer de volta aqueles que viraram as costas para o povo, que acabaram com as escolas técnicas, que proibiram escolas técnicas, esvaziaram o crédito educativo e elitizaram as nossas universidades federais, sucateando-as, e que agora se dizem defensores do ensino público.
O povo brasileiro não quer de volta os que chamavam os aposentados, com perdão da palavra, de vagabundos, e que agora dizem ter fórmulas mágicas para Previdência.
O povo brasileiro não quer de volta os que defenderam uma inserção internacional subordinada e se ajoelharam diante do FMI.
O povo brasileiro não quer de volta aqueles que trouxeram o racionamento de energia elétrica. Que tentaram incluir no processo de privatização, a Petrobras, as empresas do setor elétrico como Furnas, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica. E as minhas palavras finais são de união e conclamação a todos que querem trabalhar por um Brasil melhor, mais justo e mais fraterno.
Conclamo a todos que querem trabalhar por um Brasil melhor, mais justo e mais fraterno. Convido partidos, lideranças, jovens, negros, todos os brasileiros e brasileiras a estarem conosco, esses que historicamente sempre estiveram conosco, e que, nos últimos 12 anos ganharam força e representatividade, porque ganharam direitos, renda e novas oportunidades, para que se juntem a nós na caminhada que já começou.
Quero agradecer em especial a minha vitória em dois estados onde estive no sábado. Um estado que foi onde nasci, cresci e passei a minha juventude. De lá saí na época da repressão, da ditadura no Brasil, Minas Gerais.
Agradeço também minha vitória no estado que me acolheu, onde minha filha nasceu e onde vivi a maior parte da minha vida política. E quero dizer que estamos abertos a receber todos aqueles que quiserem nos apoiar de braços abertos e juntos vamos fazer uma caminhada cada vez mais forte, mais convicta pelo bem do Brasil.
Conclamo, antes de tudo, vocês que nos escutam hoje, brasileiros e brasileiras, que melhoraram de vida nos últimos 12 anos, que venham juntar a nós para que juntos nós defendamos o que foi conquistado e ampliemos as conquistas que o povo merece e quer.
Hoje mais uma vez, o Brasil participou desse momento fantástico, que é a vida democrática de um País do nosso tamanho. É um orgulho para todos nós que as eleições tenham decorrido ordeiramente e que milhões de eleitores tenham ido às urnas, mostrando a força que tem a democracia, quando uma pessoa, um voto, sempre vai significar possibilidade dos mais pobres, daqueles que têm menos poder de participar e eleger seu representante.
Muito obrigada por tudo e vamos à luta, porque ela é a nossa forma, nosso meio, e o Brasil precisa avançar, precisa de cada um de nós, precisa de você.
Obrigada!
Extraído de www.dilma.com.br