Democracia Socialista

Ipec, Instituto Lula e Gustavo Gayer: o que está por trás das fakes do youtuber mentiroso

Gustavo Gayer é um dos maiores produtores e disseminadores de fake news do Brasil. Uma espécie de papagaio de luxo de Bolsonaro. Evite, denuncie, passe longe.

Gustavo Gayer é um dos maiores produtores e disseminadores de fake news do Brasil. Como bolsonarista, também tem o hábito de plantar mentiras e, depois, fingir que não é com ele. Foi o que fez entre a noite da última quarta-feira (31) e a manhã do dia seguinte. Em seu canal de YouTube, Gayer fez uma acusação falsa envolvendo o Instituto Lula. “Informou”, com sensacionalismo, ter descoberto que o instituto de pesquisas eleitorais Ipec ficaria dentro do Instituto Lula. Isso é falso!

Em sua narrativa conspiratória, isso explicaria o “favorecimento” a Lula nas pesquisas. Depois de plantar a fake, Gayer fingiu ter se equivocado e apagou o vídeo, publicando uma retratação. Curiosamente, a retratação só chegou ao Facebook às 11h da manhã, quase 12h depois de ser publicada no YouTube. Estrago feito, fake espalhada. Este é Gustavo Gayer.

Aqui no Verdade na Rede, recebemos diariamente (via este formulário) centenas de denúncias de fake news enviadas por pessoas como você, que lutam pela verdade. Gayer é o campeão de denúncias enviadas. Bolsonarista engajado, ele foi alvo de vários processos judiciais nos últimos anos, por atacar opositores com mentiras, por divulgar inúmeras desinformações sobre a covid, entre outros. Sempre que você receber qualquer conteúdo produzido por ele, não perca tempo: denuncie. Gayer é nocivo para a democracia.

Gustavo Gayer: disseminador de fake news

Em seus vídeos no YouTube, ele se dedica a defender o presidente Bolsonaro e todas as pautas enviesadas levantadas por ele. Feito um papagaio de luxo, também ataca ostensivamente o STF, as pesquisas (como fez no episódio do Ipec) e as urnas (para apagar depois, de medo). É um produtor diário de conteúdo golpista. Na vida política, já foi líder da Democracia Cristã e candidato a prefeito de Goiânia em 2020. Neste ano, filiou-se ao Partido Liberal e é candidato a deputado federal. Muito provavelmente, em busca de foro privilegiado para seguir atacando a verdade e a democracia.

Gayer foi investigado na CPI da Covid por ganhar dinheiro com mentiras

Gustavo Gayer foi investigado no relatório da CPI da Covid por “movimentações financeiras atípicas”, pois foi um dos canais que mais lucrou com a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. Ele ganhou mais de R$40.000 com desinformação, ficando atrás apenas do jornalista Alexandre Garcia, outro notório produtor de fake news.

Além de espalhar mentira e ódio nas redes, ele também vai à rua. Gayer protagonizou uma cena de violência durante a pandemia que chocou a sociedade brasileira. Inflamado de ódio, agrediu uma das enfermeiras que protestavam de forma pacífica na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em homenagem aos profissionais de saúde vítimas do coronavírus. Antes de atacar o ato, ele espalhou em suas redes que se tratava de uma manifestação falsa e que as mulheres não seriam enfermeiras de verdade. Além de mentiroso, é violento e oportunista.

Gustavo Gayer: compulsivo ou criminoso?

Filho da ex-vereadora e ex-deputada Conceição Gayer (MDB, PDT, PDC – GO), Gayer cresceu na internet vendendo o discurso de ser “outsider” da política. Professor e dono de uma escola de inglês na capital goiana, ele diz que sua adesão à vida pública se deu por causa de sua indignação com “oportunistas” que queriam “prejudicar” o atual presidente. Mas o caminho adotado pelo Youtuber nunca foi o da boa fé. Ele acusou o atual prefeito de Goiânia de diminuir o número de leitos de UTI na cidade e foi condenado a se retratar. O juíz determinou que o mentiroso gravasse e divulgasse vídeos desmentindo o conteúdo falso que publicou.

Apesar de parecer ser “novo” na internet, conhecido apenas pelas bolhas da extrema-direita, Gayer acumula uma longa lista de crimes e conteúdos antidemocráticos. Tanto é que apagou 59 publicações vídeos de seu canal após a decisão do TSE de suspender os repasses a canais que reproduziam mentiras sobre a segurança das urnas e o processo eleitoral brasileiro. O The Intercept fez uma reportagem sobre o episódio e tanto o pesquisador que revelou as informações como o próprio site foram ameaçados por Gayer.

Dentre os conteúdos excluídos, estavam ataques ao STF e seus ministros e, obviamente, toneladas de fake news. Em julho de 2021 a agência de checagem de notícias Aos Fatos reportou a distorção feita por Gayer sobre falas do ministro Luís Roberto Barroso sobre as urnas eletrônicas e o voto impresso. Enquanto escrevíamos essa post no Verdade, por sinal, notamos que Gayer tinha publicado em seu Instagram mais um ataque ao ministro Alexandre de Moraes, por ter autorizado a busca e apreensão na casa de empresários suspeitos de defenderem um golpe de estado em caso de vitória de Lula nas eleições.

Mais mentiras sobre as eleições

Astuto em alimentar o algoritmo do YouTube, Gayer grava e publica compulsivamente vídeos no seu canal. Na terça (23), publicou um novo vídeo em seu canal, fazendo um resumo dos ataques e fake news que regularmente propaga. A primeira delas é sobre a entrevista de Bolsonaro ao JN, em que ele diz que os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos seriam “militantes travestidos de jornalistas”. Em seguida, acusa o STF de, supostamente, estar articulando pela eleição de Lula. A verdade é que Lula foi absolvido de todos os 26 processos que pesavam contra ele, e até a ONU reconheceu que ele foi vítima de perseguição política e jurídica. E, lembrando: o ex-juíz Sério Moro foi considerado parcial em sua cruzada eleitoreira contra Lula.

Sempre de olho em audiência, Gayer abusa de títulos chamativos e enganosos, daqueles feitos para a pessoa clicar em busca de uma “revelação” que nunca se concretiza. Em seus conteúdos, ataca sistematicamente Lula e o PT, tanto que já foi desmentido mais de uma vez por agências de checagem independentes, como o Projeto Comprova. Recentemente, publicou um vídeo com supostas “revelações” sobre a estratégia digital do PT. Nada mais era que o acesso a uma planilha de trabalho de militância, com conteúdos comparando o legado de Bolsonaro (desastroso para o povo) ao de Lula (prosperidade para o povo). Mas a verdade pouco importa. O objetivo é, sempre, mentir.

A outra fake news que Gayer repete de forma recorrente é que o STF estaria impedindo que o voto impresso fosse implantado. A discussão oca sobre o voto impresso continua na ordem do dia porque o Bolsonaro insiste em dizer que as urnas eletrônicas não são seguras, quando, na verdade, já foi provado o contrário. Nesse mesmo vídeo, o bolsonarista diz que “Alexandre de Moraes agora é o dono do STF. Os ministros do STF parecem cachorrinhos adestrados nas mãos do Randolfe Rodrigues”.

Defensor da família só de fachada

É bastante conhecido o caso envolvendo o irmão de Gustavo. Frederico Gayer exercia a função de policial pelo estado do Tocantins mesmo sem ser concursado. Ele chegou ao cargo através de nomeação. Hoje, é assessor da esposa, a deputada Luana Ribeiro (PR-TO). Em 2014, Frederico foi condenado a 12 anos de prisão por ter cometido homicídio por causa fútil em Goiânia, quando matou um homem em frente a uma boate.

Apesar de dizer o contrário, o YouTube ainda remunera produtores de fake news

Mesmo com as denúncias contra ele e sendo alvo de diversos processos, o bolsonarista tem mais de 1 milhão de seguidores em seu canal no YouTube. Diariamente, segue publicando seus conteúdos mentirosos e que estimulam o ódio em todas as suas redes sociais. A prática tem sido cada vez mais recorrente entre bolsonaristas, que não param de produzir conteúdos golpistas.

Enquanto as plataformas digitais mais falam do que fazem, de fato, para combater a desinformação em seus ambientes, cabe a todos nós denunciar continuamente o canal e os conteúdos de Gayer. Não engajar com nada do que ele produz. Conversar com todas as pessoas que você conhece sobre quem é essa pessoa. Alguém que, assim como Bolsonaro, debocha da covid e de seus mortos, ameaça a democracia continuamente, espalha mentiras e não merece nenhuma credibilidade.

 

Via Redação lula.com.br