O ex-presidente nacional do PT, José Genoíno, participou do debate de lançamento do livro ‘Constituinte – avanços, herança e crises institucionais’, no auditório da Faculdade de Educação da UFRGS, na terça, 06, à noite. A apresentação da obra contou, também, com a presença da co-autora Andrea Caldas, professora da Universidade Federal do Paraná e militante do PSol.

O lançamento do livro integrou a programação do III Seminário Internacional Redefinições das fronteiras entre o público e o privado: implicações para a democratização da educação na América Latina, promovido pelo Grupo de Pesquisa Relações entre o Público e o Privado em Educação (GPRPPE/UFRGS). Participaram do debate, os ex-prefeitos de Porto Alegre Olívio Dutra, Raul Pont e José Fortunati, além do deputado Miguel Rossetto e da deputada Sofia Cavedon. O PSOL contou com a presença das dirigentes Berna Menezes e Neiva Lazarotto.
Emocionado, Genoíno iniciou dizendo que a sua vida passou por aquela plenária. Afirmou que, entre os presentes, estavam parceiros de antes do PT, de dentro da cadeia na ditadura e de construção do Partido dos Trabalhadores. “A política para mim é feita de afeto e carinho e este livro que lanço hoje é uma ruptura com a visão de que a institucionalidade poderia fazer as transformações sociais”, apresentou.
Para Genoíno, a institucionalidade é “oligárquica, autoritária e excludente”. Ele lembrou que estamos enfrentando uma crise sistêmica que é ambiental, sanitária, energética e cultural. “Neste quadro não há como fazer qualquer aliança com a austeridade fiscal. Ou a esquerda se coloca como alternativa ou se contenta em fazer curativo com esparadrapo e band-aid”, defendeu. “Sou um militante que não quer disputar cargo, mas quer disputar corações e mentes. A esquerda rebelde, combativa, aguerrida e de luta, me move. O PT do Colégio Sion é fundamental para mudar a realidade de uma governabilidade prisioneira de uma maioria congressual!”, afirmou Genoíno.

A professora Andrea Caldas enfatizou que as emendas parlamentares sequestram e privatizam o orçamento público. “As universidades públicas perderam R$ 8,5 bilhões no orçamento enquanto as emendas parlamentares abocanharam mais R$ 50 bilhões”, comparou. “A universidade que perdeu o recurso tem que se sujeitar a ir de pires na mão pedir emenda parlamentar, numa grande contradição ao que defendemos”, criticou a professora. Ela defende que a esquerda precisa ter a coragem de ser contra as emendas e, portanto, abrir mão delas.