A perda de um camarada ímpar, com 81 anos de lutas.
Livio Maitan morreu no dia 16 de setembro, em Roma. Nascido em Veneza, em 1923, se tornou politicamente ativo durante a ocupação nazista da Itália. Em 1947, ingressou no Movimento Trotskista Italiano, no qual permeneceu como liderança durante toda a vida.
Participou da fundação do Partido da Refundação Comunista, em 1991, sendo eleito líder do partido continuamente de 1991 a 2002.
Numa publicação recente, La Strada Percosa (A estrada percorrida), Maitan argumenta veemente contra a visão de que as derrotas do socialismo no século XX eram “inevitáveis”, e fortemente a favor da visão que a possibilidade do socialismo permenece aberta.
Em sua memória, a Democracia Socialista publica a seguinte nota:
“Em primeiro lugar queremos externar o nosso mais carinhoso abraço aos familiares do Livio e a todos os seus companheiros e companheiras do Partido da Refundação Comunista da Itália.
Alguns de nós conhecemos Livio Maitan na década de 80 nas reuniões da IVª Internacional. Além de velho dirigente da IVª e de seu vivo interesse pela política revolucionária, chamava nossa atenção seu gosto pelo futebol. Não só de ver, comentar, mas também de jogar.
Foi somente durante a realização do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no ano de 2001, que Livio pode conhecer parcela significativa dos militantes da Democracia Socialista. Foi num ato político para lançamento de um livro de Raul Pont, sobre “Democracia Participativa”. Lá estávamos reunidos centenas de militantes ligados à IVª e Livio assim se apresentou: “Devo ser o mais velho dinossauro aqui presente”. Neste mesmo ano de 2001, Livio retornou ao Brasil para participar da Conferência Nacional da Democracia Socialista. Era nosso convidado ilustre, o que talvez tenha lhe dado ainda mais energia para participar intensamente dos debates. Polemizava com maestria, vigoroso na forma e generoso com os oponentes. Sábio, pois permitia o direito à dúvida sobre seus próprios argumentos.”
Livio deixa para todos nós um grandioso exemplo de vida. Felizmente fez o favor de deixar escrito sua trajetória militante, em livro publicado em 2002. Se a revolução é a idéia mais alta da política – citando Fausto Bertinotti – Livio viveu os ideais mais belos da humanidade apaixonadamente.
Coordenação Nacional da Democracia Socialista
Comente com o Facebook