Alguns pontos da proposta parecem inacreditáveis: a redução das pensões por morte pela metade, além da absurda obrigação de contribuir por 49 anos para se ter aposentadoria integral. Não verás isso em país algum do planeta. Nossos jovens estarão afastados.
Idosos e pessoas com deficiência estão na mira dessa reforma, que aumenta a idade para 70 anos e desvincula do salário mínimo os benefícios. A redação do governo ilegítimo retrata a face mais cruel que o ser humano possa revelar. Pobres, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, trabalhadores rurais e jovens seriam o alvo da eugenia de classe desse governo?
O discurso falso de déficit da Previdência Social é o argumento para mostrar a identidade moral dos covardes. Por que não são computadas, no suposto déficit, a Cofins e a CSLL? O que faltam, sabemos bem, são coragem e competência para superar a crise econômica e de arrecadação com políticas
anticíclicas, como o presidente Lula fez em 2009.
Estamos em um tempo em que o desenvolvimento da ciência e novas tecnologias deveria oferecer às pessoas mais tempo livre para a busca da felicidade.
É totalmente inoportuna uma reforma elitizada, masculinizada, excludente e que põe a condição humana submetida exclusivamente ao labor, renunciando à vida como bem supremo. Somos contra essa PEC e conclamamos: “trabalhadores, uni-vos!”. Vamos combater no parlamento e nas ruas a retirada de direitos. Lutemos com coragem, sem Temer.
*Luizianne Lins (dep.luiziannelins@camara.leg.br) – Deputada federal (PT), que compõe a Comissão Especial que Analisa a Reforma da Previdência na Câmara Federal.
Fonte: Jornal O POVO