Mas, um ano depois, estamos assistindo a maior onda de ataques aos direitos sociais desde o Golpe Militar de 1964.A Constituição de 1988 foi fruto das lutas populares pela redemocratização do País. Nela, foram consagrados direitos sociais. Produziu-se ali um projeto de país para reduzir desigualdades. Direitos trabalhistas criados com a CLT foram reafirmados ou ampliados. Agora, tudo pode ruir.
Primeiro, veio o congelamento dos gastos governamentais pelos próximos 20 anos. O único gasto livre é o do pagamento da dívida pública. Para ela, estão previstos de mais de R$ 775 bilhões em 2017. E, com educação e saúde, pouco mais de R$ 217 bilhões. O mercado financeiro amou.
Depois, veio a reforma da Previdência. Na prática, os golpistas vão eliminar o direito à aposentadoria, cortar benefícios e condenar milhões a reduzir suas rendas na fase mais delicada de suas vidas, a velhice. Vai se salvar apenas uma minoria que comprará planos de previdência privada.
Soma-se a tudo isso a reforma trabalhista, que tem, entre outras medidas, terceirização total e permissão para que trabalhadores façam acordos individuais, abrindo mão de horas extras ou do pagamento integral de férias e 13º. Isso num quadro de 12,3 milhões de desempregados no País, só em 2016, e de queda na renda dos assalariados.
O plano dos golpistas e das elites é uma ponte para um futuro de exclusão, mais desigualdade e mais concentração de renda. Para recuperar um projeto de nação igualitária, temos de trabalhar pela conscientização e organização da maioria que está tendo seus direitos retirados. Esta sexta-feira, 28 de abril, é dia de ir às ruas. O Brasil vai parar! É greve geral. Nosso Dia de Lutas!
Luizianne Lins é Deputada federal (PT/CE), e-mail dep.luiziannelins@camara.leg.br.
Artigo orginalmente publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza (http://mobile.opovo.com.br/jornal/opiniao/2017/04/luizianne-lins-um-dia-de-lutas.html)
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