A região que mais sofreu com décadas de consolidação das desigualdades regionais no país, é, sem dúvidas, o lugar onde mais são evidentes os avanços e conquistas dos governos Lula e Dilma, apesar de suas limitações.
O reflexo das políticas de inclusão social e combate à miséria pode ser visto no olhar da classe trabalhadora de frente a Luiz Inácio Lula da Silva. E isso nos mostra o quão imprescindível é a defesa de sua inocência, bem como do seu direito de pleitear as próximas eleições, nessa conjuntura de retrocessos, avanço da agenda neoliberal e rompimento com o Estado Democrático de Direito.
Pode-se dizer que nenhum outro líder popular, neste momento, possui o mesmo potencial de conquistar corações e mentes, como o primeiro operário a presidir a República.
No entanto, a presença de figuras conhecidas da velha cultura política no mesmo palanque do pré-candidato, concomitante às suas últimas declarações sobre a política de alianças, deixa nítido que existem interesses antagônicos em torno do programa a ser apresentado nas possíveis eleições de 2018.
Com isso, é central que a militância do socialismo petista tenha a compreensão de que, ao mesmo tempo em que a candidatura de Lula tem de ser um ato de intensa disputa da hegemonia, isto é, de sedução e conquista de brasileiros e brasileiras para o nosso projeto, deve-se constituir ainda pela disputa programática, de modo a não repetir os erros do passado.
Partindo das lições históricas advindas da experiência do ciclo democrático-popular, bruscamente interrompido por um golpe de estado, e sob a ótica do socialismo democrático, se faz mais do que necessária a defesa de um programa que esteja à altura dos desafios que a ofensiva neoliberal tem imposto aos setores progressistas e, sobretudo, à classe trabalhadora.
Logo, diante de tal batalha, é essencial que a militância se aproprie do Plano Popular de Emergência, fruto de nossos acúmulos na Frente Brasil Popular, para que este se torne um importante instrumento visando impedir que as candidaturas do nosso campo sejam raptadas por intenções que não sejam a retomada do Estado Democrático de Direito, a revogação dos ataques do governo golpista ao povo e ao patrimônio nacional e a abertura de caminho para a construção de um novo modelo de democracia, participativa e popular.
A retomada da democracia no Brasil, porém, não pode esperar por 2018. Com o entendimento da urgência em que é colocada a retomada do poder pelo nosso campo, para que se possa desfazer as medidas neoliberais impostas por um governo sem legitimidade e devolver ao povo a possibilidade de sonhar, a saída que se apresenta passa necessariamente por uma campanha massiva para que se restabeleça ao povo o direito de decidir os rumos do país. Portanto, Fora Temer e Diretas Já!
Por Fernando Andrade Pires, estudante de comunicação social na UFRN e militante da Frente Brasil Popular, originalmente publicado no Tribuna de Debates do PT.