Às 18h55 da noite (19h55 de Brasília), quando o Servel (Serviço Eleitoral chileno) anunciou a parcial com 59% dos votos apurados, o Chile conheceu o nome da mulher que governará o país a partir do próximo mês de março e durante os próximos quatro anos. Ela é a socialista Michelle Bachelet, que também foi a primeira mulher a governar o país (entre 2006 e 2010) e agora volta à presidência.
Com 99,85% dos votos apurados, Bachelet tinha 62,15% do total neste segundo turno, superando a representante governista Evelyn Matthei, que foi ministra do Trabalho do atual governo de Sebastián Piñera e obteve 37,8% neste domingo (15/12) até o momento.
Poucos minutos depois do resultado ser definido, o comando de campanha de Evelyn Matthei divulgou uma nota oficial em que a candidata reconhecia a derrota. “A cidadania manifestou sua escolha e decidiu pela candidatura da nossa adversária. Da nossa parte, nos resta felicitar a vencedora, desejar o melhor para ela durante a gestão e garantir àqueles que votaram pela nossa proposta, especialmente a classe média esforçada deste país, que, apesar do revés de hoje, estaremos lutando, durante os próximos quatro anos, pelas ideias que eles querem ver defendidas”.
Bachelet é a primeira figura política chilena a vencer duas eleições presidenciais e, com os novos quatro anos de mandato que terá pela frente, se tornará a presidente com mais tempo no cargo desde o retorno da democracia (em 1990).
A vitória de Bachelet é marcada também por uma alta taxa de abstenção, que tem sido regra nas eleições chilenas desde a instalação do sistema de voto facultativo. Neste domingo, a evasão eleitoral registrada foi de 60%
Outra façanha de Bachelet foi alcançar o maior percentual da história das eleições chilenas, superando os 57,98% conseguidos por Eduardo Frei Ruiz-Tagle em 1994.