Cada dia que passa fica mais explicito que a operação Lava Jato têm objetivos que não passam por combater a corrupção. Dois deles são claros: 1º) destruir o Brasil, fazer dele o caos e entregar para os Estados Unidos. Este já está em estado avançado. 2º) destruir o PT e todas as forças democráticas do país e, ao mesmo tempo, proteger os políticos do PSDB e os golpistas de outros partidos.
No inicio a Lava Jato deu a entender que ela era composta por pessoas sérias, honestas e imparciais com o objetivo de combater a corrupção, tanto que muitos acreditaram e a apoiaram. Mas bastou o processo eleitoral de 2014 para mostrar que uma parte (policiais, procuradores e juiz) dos membros da operação tinha e tem lado. Na época muitas das postagens feitas nas redes sociais por alguns de seus membros e/ou pessoas próximas demonstravam apoio a Aécio Neves e críticas até mesmo criminosas contra Dilma e o PT.
O tempo foi passando e a seriedade demonstrada por Sérgio Moro não passava de frases de efeito moral, como quando criticado pelo excesso de prisões preventivas, ao afirmar que “as criticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que há pessoas acima da lei e que ainda vivemos em uma sociedade de castas, distante de nós a igualdade republicana”.
Suas decisões, decisões de outros juízes, desembargadores e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mostram que há pessoas acima da lei e que há sim uma sociedade de castas, ou pelo menos uma sociedade onde os julgadores dão preferência a não julgar políticos do PSDB.
Há fatos e decisões suficientes para demonstrar isso. Mas vamos a alguns casos.
Carlos Felisberto Nasser era assessor da Casa Civil do governador Beto Richa (PSDB-PR) quando transcorreu a 48º fase da Lava Jato em fevereiro deste ano. Ele e é acusado de ser um dos beneficiários do esquema de desvio de dinheiro arrecadado junto a praças de pedágio do Paraná.
Recentemente Sérgio Moro negou o pedido de prisão de Nasser. Decisão essa contrária as posições anteriores, quando decretava prisão preventiva em quase todos os casos. Isto é facilmente explicável: Nasser é ligado ao PSDB. “Uai! A lei não é para todos?”, diria um mineiro.
Outra de Moro foi alegar “excesso de trabalho” para abrir mão de julgar a 48º fase da Lava Jato. Será que quis evitar constrangimento ao ter que condenar tucanos? Além de alegar excesso de trabalho, alegou também que o caso não tem relação direta com a Petrobras. Ora, o caso do triplex que Moro fala que é do Lula não tem nada a ver com a corrupção na Petrobras e, no entanto ele julgou. Contraditório?.
Não trata-se de contradição, é que isso não faz parte dos objetivos da Lava Jato, ou seja, combater a corrupção e a investigação de pessoas ligadas ao PSDB. Estas investigações só ocorrem quando as coisas estão escancaradas.
A principal empresa investigada na 48° operação é a Triunfo, que tem no posto mais alto, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, primo em segundo grau de Rosângela Wolff Moro, esposa de Sérgio Moro.
No dia 15 de junho, três dias antes de abrir mão deste processo, Moro decidiu anular um dos depoimentos que arrastava Beto Richa para a lama. O juiz derrubou o testemunho de Nasser, que havia declarado que os recursos que recebeu da Triunfo em suas contas eram destinados à campanha eleitoral de Richa. Não esqueça, Beto Richa é tucano.
Já contra o Lula, condenado sem provas, as coisas são diferentes. O escritório do advogado Roberto Teixeira, que faz a defesa de Lula, teve seus telefones grampeados por decisão de Sérgio Moro. A força-tarefa, após ouvir mais de 400 ligações montou um organograma com as medidas que seriam tomadas pelos advogados de Lula e, assim planejavam suas ações.
Estes e outros fatos comprova a suspeita: o juiz Sérgio Moro não é imparcial.
Dr. Rosinha é presidente estadual do PT Paraná, foi deputado federal e Alto Representante Geral do Mercosul.
Publicado originalmente em Porém.net