Declaração conjunta da Via Campesina América do Sul, Marcha Mundial das Mulheres, Amigos da Terra da América Latina e Caribe, rede Jubileu Sul Américas e Convergência de Movimentos Sociais dos Povos da América (COMPA).
Em um momento de tristeza para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, na América Latina e no mundo, devido ao falecimento nesta terça-feira, 5 de março de 2013, em Caracas, Venezuela, do companheiro lutador Hugo Rafael Chávez Frías, nós, integrantes da Via Campesina, Marcha Mundial das Mulheres, Amigos da Terra da América Latina e Caribe (ATALC), Jubileu Sul Américas e a Convergência de Movimentos Sociais dos Povos da América (COMPA) compartilhamos a necessidade de enviar uma saudação solidária ao povo venezuelano.
Despedimos nesse dia do companheiro que soube chamar o inimigo principal pelo seu nome e confronta-lo: o imperialismo norte-americano, explorador de populações e da Natureza.
Despedimos e relembramos a quem expressou o rechaço dos povos da América Latina e Caribe à Área de Livre Comércio para as Américas (ALCA) com um “ALCA-alcarajo” na cidade Argentina de Mar del Plata em 2005.
Despedimos a um construtor de alternativas cuja dimensão histórica pode ser avaliada nas suas contribuições à integração dos povos de Nossa América e cuja profunda e fértil pegada pode ser vista nos milhares gestos de solidariedade, dor e recomposição de solidariedade que viveram desde a triste notícia de seu falecimento correu o mundo.
Se despede hoje seu povo nas ruas da Venezuela, os pobres, os desfavorecidos, mulheres, homens, jovens e idosos, que se reúnem e se abraçam, para ratificar que o curso e legado de Hugo Chávez após a Revolução Bolivariana e da justiça social para os povos da América não se detenha com sua partida.
Após nos despedirmos do companheiro, orientador e exemplo, redobramos esforços e ratificamos o compromisso por uma sociedade mais justa, mais humana, sem exploração do homem, da mulher, nem dos bens naturais convertidos em mercadoria; sem patriarcado; sem impérios; com soberania e paz entre os povos do mundo; onde a solidariedade e a ética sejam patrimônio comum.
Nem a República Bolivariana da Venezuela, nem a América Latina em seu conjunto, são as mesmas desde o início do processo liderado pelo companheiro Hugo Chávez em 1999 e que, com seu crescente apoio, venceu tantos obstáculos impostos pelas forças regressivas do capital, a conspiração astuta e o imperialismo norte-americano.
Hoje somos todas e todos mais livres, mais dignos, mais generosas e generosos, nos sentimos mais fortes para seguir no caminho que Chávez com sua entrega total traçou em nossas histórias. O caminho que permanece para essa sociedade que mereça ser chamada de humana o terá como referência, exemplo e guia.
Nos ficam para explorar e aprender suas múltiplas e fecundas reflexões, nascidas de uma teoria emancipatória, uma profunda raiz histórica latino-americana e uma prática lúcida, unificadora e valente. Entre elas, retomamos nesse momento para nossas práticas concretas a mensagem de unidade, solidariedade internacionalista e alerta que expressou em suas últimas intervenções.
Unidade para multiplicar nossas forças e garantir um único marco de lutas para mudar estruturas de submissão e exploração que enfrentam povos irmãos em todo o mundo.
Solidariedade internacionalista para constatar que não caminhamos sós nessa estrada, mas que nossos passos são os da maioria.
Alerta frente a sempre latente violência por parte do sistema contra os quais resistem e lutam por mudanças profundas.
A generosa vida do companheiro Hugo Chávez se consumiu na luta diária contra o sistema capitalista, patriarcal e imperialista. Sejamos dignos e dignas de seu exemplo, da oportunidade histórica de ter vivido à luz de seu exemplo, redobrando o compromisso de luta por esse novo horizonte no qual Hugo Chávez já é uma estrela rebelde e inapagável.
Até a Vitória Sempre Companheiro Hugo Chávez!
7 de Março de 2013
Vía Campesina América do Sul
Marcha Mundial das Mulheres
Amigos da Terra da América Latina e Caribe
Jubileu Sul Américas
Convergência de Movimentos Sociais dos Povos da América (COMPA)
* Tradução: Iuri Faria Codas