Os governos Temer e Bolsonaro elegeram a educação como principal inimigo, isso se mostra em toda nossa história e, nos últimos 5 anos, se mostrou através de políticas fiéis à precarização e ao desmonte do ensino. A Emenda Constitucional 95, que retira investimentos substanciais da saúde, educação e de outras políticas sociais, foi um marco das políticas neoliberais nesses últimos anos. O golpe contra a presidenta Dilma foi, de fato e como ela mesma afirmou na época, o caráter de um golpe contra o Brasil e contra o povo brasileiro. A elite política e econômica do nosso país nunca aceitou a transformação estrutural provocada pela entrada do povo trabalhador, da juventude negra, periférica, LGBT e das mulheres, nas Universidades.
Os constantes ataques ao orçamento e às próprias universidades federais deixam ainda mais explícito como o projeto de precarização e privatização dessas instituições é aplicado pelo neoliberalismo, a burguesia brasileira insiste em retirar a educação de qualidade dos mais pobres para que apenas sua pequena parcela possa ter acesso ao conhecimento, evidenciando o projeto de educação do país, e como esse mesmo projeto passa longe de uma educação emancipadora e popular.
A necropolítica, os ataques à democracia e o viés autoritário adotado pelo desgoverno Bolsonaro fica explícito com a nomeação de interventores para dirigir as Instituições de Ensino, desrespeitando os processos democráticos de escolha que são levados a cabo nas próprias instituições. Bolsonaro e seus capangas não devem se esquecer que, mesmo na ditadura militar, as Universidades foram espaços de resistência e de luta. Essa luta que persiste e que leva as/os estudantes a serem atores centrais na derrota do neoliberalismo e do conservadorismo. As/os estudantes são o terror de Bolsonaro. Não vamos aceitar retroceder aos tempos que só os ricos tinham acesso à educação!
O desmonte da educação e da pesquisa pública é um projeto! Em 2021, a CAPES tem seu menor orçamento dos últimos 20 anos. Além disso, o CNPq vem sendo cada vez mais sucateado, tendo suas verbas retiradas principalmente para o financiamento de pesquisadoras/es da pós-graduação. Mas, não estamos caladas/os: ocupamos as redes durante toda a pandemia, contra o negacionismo e a política neoliberal que não garante direitos básicos ao povo brasileiro. Desde o dia 29 de maio, voltamos a ocupar as ruas do Brasil todo unidas/os pelo fora Bolsonaro genocida.
A UNE resistiu na clandestinidade à ditadura, a ANPG foi gestada na resistência ao regime militar. Estudantes, jovens e pesquisadores seguem firmes na luta para derrotar Bolsonaro e seu governo da morte, para que possamos esperançar como novos tempos e a retomada de um país em que seu povo seja livre e soberano. Nesse Dia do Estudante, mais do que resistir, é hora de revidar!
Caroline Lacerda, 1° vice-presidenta da UNE
Stella Gontijo, vice-presidenta da ANPG
Pâmela Layla, diretora de Mulheres da UBES