Democracia Socialista

O GOLPE SERÁ DERROTADO NA LUTA DEMOCRÁTICA RADICAL!

Democracia Socialista

O golpe de Estado avança, sua força motriz é a burguesia brasileira e internacional que quer o Governo de volta para anular conquistas sociais do ciclo progressista. Além disso, quer a volta do Brasil à órbita do imperialismo norteamericano. Sua tropa: parlamentares da reação, corrupção e da tortura. Suas armas: a grande mídia e setores do aparelho de estado no judiciário, no MPF, na PGR, na PF.

Ao contrário do que essa conspiração supunha, o povo decidiu reagir, mobilizar-se,  fazer oposição nas ruas, está disposto à luta. Há muito não se via uma unidade tão ampla de setores populares e democráticos, trabalhadores da cultura e movimentos feministas, jovens das periferias e movimentos sociais tradicionais,  professores e estudantes de escolas e universidades, moradores de pequenas cidades e movimentos contra a homofobia e intolerância, sindicatos e camponeses. Nosso povo compreende que por trás da farsa do impeachment está o ataque à soberania popular, à democracia: é um golpe de Estado.

A maioria pobre, no entanto, ainda não participa majoritariamente das mobilizações. E essa continua a ser uma questão central para resolver. É necessário reforçar, nesse novo momento da luta contra o golpe, a mobilização nas periferias e junto à classe trabalhadora de menor renda e não organizada nos sindicatos. A explicitação do programa classista anti-popular e corrupto da dupla Temer/Cunha contribui para envolvermos as mais amplas parcelas do povo, que certamente não desejam retrocessos nas conquistas recentes em suas vidas.

O golpe tramado pelas elites burguesas e implementado pelos seus capachos parlamentares visa implementar um programa antipopular e antinacional, um programa para anular os avanços sociais do ciclo progressista, entregar o setor público da economia ao apetite dos empresários, recolocar o Brasil no pátio traseiro dos EUA. Eis o programa que o vicepresidente Michel Temer apresentou para participar do golpe como um dos seus líderes, ao lado do parlamentar-gangster Eduardo Cunha, e ser presidente em uma eleição indireta, como eram as farsas eleitorais na Ditadura Militar (1964-85).

As quatro semanas que se seguem à infâmia do Domingo 17 de abril serão decisivas. As possibilidades de um caminho aberto para culminar o golpe e empossar um presidente biônico encarregado de aplicar um programa de governo contra a nação e o povo brasileiro deverão deparar-se com uma oposição que bloqueie essa estratégia. A derrota na Câmara, no entanto, anuncia outra no Senado. Cabe enfrentá-la sem semear ilusões.

Um amplo contingente do povo brasileiro vem se insurgindo contra o golpe. Este é o momento em que desde a mais ampla unidade e a mais intensa disposição de luta, façamos “tremer” as instituições golpistas. As mobilizações convocadas pelo esforço unitário das frentes em luta consolidam-se como nossa mais importante trincheira. Suas iniciativas crescem e ampliam-se. Que o 1º de Maio de 2016 seja marcado pelo enraizamento da luta popular e pela mais alta convocação para ocupar ruas, praças, escolas, universidades, bairros, comunidades, fábricas e redes sociais. A Frente Brasil Popular convocou a construção de “uma paralisação nacional que interrompa a produção, o transporte, o comércio, e sinalize para a burguesia e os senadores, que haverá muita luta, se passar o golpe”. Essa paralisação deve atingir também as ”atividades nas universidades e escolas, com os estudantes, professores e servidores, educadores”, já convocada pela UNE para o dia 28 de abril.

Nossa tarefa é organizar uma rebelião cívica e popular para impedir o golpe ou para derrubar um governo ilegítimo através da luta democrática radical das maiorias. Nesse sentido cabe resgatar nossa memória democrática pelasDiretas Já!, naquilo que essa campanha teve de potencial para abrir um processo ininterrupto de transcrescimento da luta democrática. O povo brasileiro não abre mão do seu direito soberano ao voto. Não ao golpe! Fora Temer/Cunha!