Apresentamos hoje um documento histórico da Democracia Socialista, lançado em agosto de 1981, “O PT e o partido revolucionário no Brasil”.
Publicado menos de dois anos depois da fundação da DS (em dezembro de 1979) e do PT (em fevereiro de 1980) o conjunto de militantes organizados em nossa corrente imprimiu neste texto a compreensão da construção partidária que se tinha desde posições marxistas revolucionárias.
Qual deveria ser a relação entre um partido de massas originado em uma explosão de lutas operárias e populares contra uma ditadura civil-militar e as políticas patronais de arrocho e um coletivo de militantes organizados da esquerda revolucionária que apostavam na construção desse partido?
Quando reeditamos o texto, em 1984, dizíamos na apresentação do documento que “defendendo um ponto de vista inédito no interior da esquerda organizada, ele mantém a sua atualidade e é ainda uma referência importante para o debate sobre os rumos do partido”.
Resgatando debates travados por Marx e Engels em relação ao movimento operário do seu tempo a formulação de 1981 mostrava a importância da construção partidária junto às experiências da classe operária em luta. A construção de um partido operário independente era o caminho para construir o partido revolucionário de massas.
Contra as posições sectárias ou de autoproclamação como o partido revolucionário de outras correntes de esquerda que estiveram nos inícios do PT, a DS se via parte orgânica de uma experiência de luta e construção partidária da classe trabalhadora brasileira.
Contra a posição de outros grupos de esquerda que simplesmente optaram por se diluir no PT, o que mostrava que não tinham nenhuma contribuição específica a dar a essa experiência em curso, a DS soube no documento evidenciar a importância que tinha a organização das posições marxistas revolucionárias ao interior do PT, com sua identidade programática, para enriquecer a experiência petista, potenciando aquilo que de melhor ia surgindo nas lutas – como a definição do PT como partido socialista que se opunha tanto à experiência stalinista como à referência à social-democrata.
O documento que ora apresentamos está datado pelos debates que aconteciam à época na esquerda brasileira. Mas mantém o frescor daquela visão sobre a necessária dialética entre o partido operário independente que se construía nas lutas e o legado teórico e histórico que recolhia e potencializava o marxismo revolucionário.
Uma das chaves para manter essa dialética era a democracia interna no partido, uma luta que a DS soube travar e na qual teve sucessivas vitórias. Mas isso já é outro capítulo desta história de 40 anos!
Confira o documento: O PT e o partido revolucionário no Brasil.
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