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O Segundo Turno e a Defesa da Democracia | Raul Pont

O segundo turno das eleições no Estado assumiu característica própria. Por margem mínima de votos, pouco mais de dois mil votos, Eduardo/Gabriel (PSDB, MDB, UB) superou Edegar Pretto (Federação) e foi para o segundo turno com Onix (PL), representante e apoiado pelo bolsonarismo.

A não efetivação da “terceira via” nacional fez com que no Rio Grande a crise fosse mais aguda, fazendo explodir seus partidos componentes. Para todos os lados, escancarando a crise ideológica e programática desse campo político, do mutismo envergonhado ao adesismo mais abjeto ao capitão.

Derrotada no Estado, a Frente Vamos Juntos estabeleceu como prioridade para o segundo turno eleger Lula presidente para salvar o país do ultraliberalismo de Paulo Guedes e do autoritarismo fascistizante de Bolsonaro. Mas, definiu, também, “nenhum voto a Onix” pois este representa o bolsonarismo no Estado.

Com o apoio do trabalhismo de Ciro Gomes e da candidata Simone Tebet (MDB) à candidatura Lula, bem como de dirigentes históricos (FHC, Serra e outros) do PSDB, esperava-se de Eduardo/Gabriel (PSDB, MDB) a mesma postura digna e coerente daqueles candidatos, parlamentares e dirigentes partidários.

Afinal, não faltam argumentos sólidos e históricos para que democratas e social democratas do MDB e do PSDB se colocassem na defesa da democracia e do Estado de direito que ajudaram a construir em 1988, apoiando a candidatura Lula na defesa democrática contra o arbítrio, o autoritarismo, a intolerância e o preconceito permanentes, o militarismo e o absoluto abandono de um projeto nacional para o Brasil.

A candidatura Leite (PSDB, MDB) optou pelo silêncio, pela neutralidade frente a gravíssima crise nacional, abdicando de uma postura afirmativa para enfrentá-la com a defesa da democracia e dos valores éticos e morais que são requisitos na ação política civilizatória.

Diferentemente, nós sabemos distinguir a gravidade desse momento onde a democracia está em risco. Não praticamos nem estimulamos a política da polarização maniqueísta que se instalou no país. Na maioria dos Estados não tivemos candidatos majoritários próprios, buscando coligações em torno de programas comuns que devolvam ao país o processo de construção democrática. Foram as elites econômicas, os partidos conservadores e o fundamentalismo que criaram o mito.

Não defenderemos uma neutralidade nesse segundo turno no Rio Grande. Já deixamos claro: “nenhum voto a Onix e Bolsonaro”, logo após o primeiro turno.

Nosso voto em Eduardo/Gabriel, agora indicado pela direção partidária, não o isenta das críticas e oposição que realizamos ao longo de seu governo.

Continuaremos firmes e mais fortes na defesa dos trabalhadores, dos pequenos produtores, do funcionalismo e das empresas públicas, enfim, do programa defendido por Edegar e Ruas na campanha eleitoral.

Essa posição em defesa da democracia e do Estado de direito livre das intolerâncias e preconceitos, nos autoriza a dirigirmo-nos e conclamarmos os verdadeiros democratas e social democratas que votam em Eduardo para governador a votarem em Lula/Alckmin à presidência da República. Neste último domingo, o episódio gravíssimo protagonizado pelo bolsonarista Roberto Jefferson ilustra plenamente o que significa esse momento.

Esse é o sentimento da nossa Frente Vamos Juntos como é o que encontramos, também, nas ruas, nas praças e na formação de comitês pluripartidários em todo o Estado na defesa de Lula presidente!

Outubro 2022

Raul Pont  Professor e Membro do Diretório Nacional do PT.

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