No entanto, é preciso destacar também que se o passado e o presente da CUT a fazem ser esta referência para a classe trabalhadora, é porque homens e mulheres constroem cotidianamente esta luta. Somente com a participação também das mulheres trabalhadoras que a CUT de fato pode se tornar esta Central representativa e determinante para a esquerda brasileira.
As trabalhadoras trouxeram para a CUT um legado que foi crucial em sua construção, e que até hoje a diferencia das demais Centrais e a fortalece ainda mais. Este legado é a defesa firme de que a classe trabalhadora é composta por dois sexos, homens e mulheres, e que é impossível transformar a vida da classe trabalhadora, sem transformar a vida das mulheres, e sem a participação igualitária destas.
E é para avançar na democracia interna, na representatividade e legitimidade da CUT que iremos aprovar, com muita unidade a alteração estatutária que irá instituir a Paridade entre homens e mulheres nas direções nacional e estaduais da CUT. A Paridade não é um fim em si mesmo, ou um número a ser conquistado. Para nós, a paridade é uma política que a Central assumirá de que homens e mulheres tem igualdade de direito em serem direções políticas da maior central sindical do Brasil. E, além disto, que as pautas das trabalhadoras não são apêndices do nosso programa, são parte constitutíveis e indispensável.
A Juventude da CUT fez o debate sobre a paridade durante sua reunião do Coletivo Nacional de Juventude e de maneira consensual está apoiando esta política. Queremos construir uma CUT cada dia mais democrática, que incorpore a diversidade da classe trabalhadora e que tenha ousadia em suas práticas. A CUT será o primeiro movimento social brasileiro a ter a paridade, e sabemos que isto também servirá para que o debate feminista avance.
Cada uma de nós, mulheres CUTistas, sabemos que não foi fácil chegar onde estamos hoje, e que ainda há muito a avançar em nossa luta feminista pela mudança radical das relações entre homens e mulheres. Mas sabemos, também, que a história das mulheres na CUT nos enche de orgulho e de certeza de que é possível transformarmos nossa realidade.
Paridade na Central Única dos Trabalhadores, a Juventude curte esta política!
* Rosana Sousa é Secretária Nacional de Juventude da CUT.