Vivemos momentos definidores para a democracia e para a esquerda brasileira.
O golpe está sendo enfrentado pela mobilização da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude. A vitoriosa greve geral e sua ampliação em um movimento democrático-popular de massas são passos fundamentais para impor recuos ao poderoso bloco das classes dominantes que deu o golpe.
Esses passos fundamentais exigem uma alternativa política-programática clara e firme que expresse a luta por um governo democrático-popular. Essa é a dimensão que queremos imprimir à candidatura Lula e que propomos que seja assumida pelo 6º Congresso do PT.
Ao mesmo tempo, o bloco das classes dominantes no poder avança a ofensiva midiática-policial-jurídica para inviabilizar a candidatura presidencial de Lula e dar plenitude ao golpe. E, com isso, levar a esquerda à dispersão e à incapacidade de polarizar politicamente.
Vivemos, portanto, uma conjuntura de possibilidades extremadas.
Esse momento histórico exige, mais que nunca, um PT capaz de liderar um bloco de forças democráticas, populares e socialistas, portador de um programa da revolução democrática na perspectiva do socialismo. Por isso mesmo, lutamos para que o 6º Congresso vença o desafio de mudar o PT, retomar sua identidade socialista e reinseri-lo na construção da grande unidade democrática e popular necessária para derrotar o maior ataque à democracia desde o golpe militar de 1964.
A luta pelo 6º Congresso do PT começou já no primeiro ano do segundo governo Dilma, mais precisamente após o 5º Congresso ter fracassado enquanto formulador de uma alternativa à guinada neoliberal então implementada em frontal contradição com o programa eleito.
Convocado para 1, 2 e 3 de junho, o 6º Congresso continua como desafio: em que situação política e em quais condições internas o realizaremos? A greve geral e a ameaça contra Lula nos dizem que o caminho é um congresso voltado à política e à reconstrução socialista do PT. Para isso, o absoluto respeito à democracia interna é essencial.
Lutaremos contra fraudes e fraudadores que buscam o caminho oposto, o de bloquear a reconstrução vigorosa do PT como partido socialista e democrático e sua capacitação para enfrentar as urgentes tarefas políticas do momento, com destaque para a definição da candidatura presidencial de Lula vinculada a alianças e programa de esquerda.
O 6º Congresso está entre dois caminhos.
Lutaremos junto com todos e todas que estiverem a favor de viabilizar a opção da democracia interna e da necessária mudança de rumo, à esquerda, do PT. Enfrentaremos os que querem inviabilizar por meios burocráticos desonestos o 6º Congresso.
Trabalhamos pela unidade do Muda PT nos Congressos estaduais e no 6º Congresso. Na tese da Mensagem ao Partido estão nossas propostas para o debate. Conclamamos ao diálogo as correntes e militantes que querem o caminho do congresso democrático e voltado a construir o papel de esquerda do PT na luta de classes.
A luta por um PT socialista e democrático vem desde sua fundação. Sempre a compreendemos de forma simultânea à construção de uma corrente marxista-revolucionária. A construção partidária, desde a perspectiva socialista, não só não é espontânea como está permanentemente sob pressão – e atração – da ordem política e dos interesses das classes dominantes. Essa é a luta que se trava no 6º Congresso.
São Paulo, 23 de abril de 2017
Coordenação Nacional da Democracia Socialista, tendência do PT
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