Democracia Socialista

Primeiro turno mostra crescimento do PT

Crescimento do primeiro turno tem que ser confirmado no segundo.

Crescimento no Norte. Comemoração do PT em Rio Branco, no Acre; partido ganhou em 45% dos municípios do estado

As eleições municipais mostraram que nos últimos anos o PT cresceu e ampliou sua presença. No primeiro turno do pleito de 2000, o PT havia sido a quarta legenda mais votada; desta vez foi a primeira, com mais de 16 milhões de votos. Ao mesmo tempo, o partido passou de 178 para 400 prefeituras eleitas, concorrendo ainda em 24 segundo turnos.

O partido teve um resultado desigual entre as regiões, com bons desempenhos no Sul e Norte, crescimento no Centro-Oeste, mas instabilidade no Nordeste e Sudeste. Apesar de só ser possível consolidar o balanço após o segundo turno, também é possível identificar a polarização com o PSDB, que se firma como a principal força da direita.

Primeiro turno, primeiro balanço

Avaliação preliminar. PT cresce, ganha seis capitais, e polariza nacionalmente com o PSDB.

Passados poucos dias do primeiro turno das eleições municipais, quando nem todos os dados estão organizados e com um segundo turno decisivo pela frente, as avaliações são, necessariamente, parciais e provisórias. Com essas ressalvas, podemos destacar aqueles que parecem ser alguns dos principais pontos de um balanço inicial.

O crescimento do PT

O PT foi o partido mais votado no primeiro turno e experimentou um expressivo crescimento em relação às eleições de 2000. Venceu já no primeiro turno em seis capitais, com destaque para Belo Horizonte e Recife. Apresentou um crescimento significativo em vários estados, como é o caso de Minas Gerais.

Passou ao segundo turno em nove capitais, dentre as 15 com segundo turno (além de compor a chapa como vice do PSB em Maceió): São Paulo, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Curitiba, Vitória, Goiânia, Cuiabá e Porto Velho. Está no segundo turno em quinze das outras vinte e nove cidades com mais de 200 mil eleitores em que a disputa prossegue. Nesta situação estão Caxias do Sul, Santo André, Santos, Diadema, Niterói, Contagem, dentre outras.

De outro lado, sofreu derrotas importantes também. Por pequena margem não passou ao segundo turno em Salvador e Campinas. Cresceu menos que a expectativa nas cidades médias e pequenas. E deve ser observado com atenção o resultado obtido em grandes centros com mais de 200 mil eleitores definidos em primeiro turno, nos quais o partido obteve poucas vitórias, com destaque para Guarulhos e Olinda (sendo a chapa encabeçada pelo PCdoB).

Polarizações com bloco de FHC

Apesar da variedade de situações nas principais cidades, a polarização mais importante e consistente é a que opõe a esquerda ao antigo bloco de sustentação de FHC, com o PT e PSDB sendo os principais partidos organizadores dos dois pólos em choque.

No segundo turno, em Porto Alegre o PT enfrenta o PPS, que expressa esse alinhamento à direita na figura de Fogaça, ex-lider de FHC; em Fortaleza, o PFL; em Belém, o PTB apoiado pelo governador do PSDB; em São Paulo, o PSDB; em Curitiba, o PSDB. Em Belo Horizonte, o PT venceu o PSB, que foi apoiado pelo governador do PSDB. Em Recife, o PT derrotou o PMDB do governador Jarbas Vasconcelos, que quase foi o vice de José Serra na última eleição presidencial.

Dimensão nacional

As eleições municipais levantaram diversas expectativas sobre a dimensão nacional da disputa e sua combinação com o caráter local da eleição. Na maioria das cidades, o debate esteve centrado nas questões locais. Não deve ser subestimado, no entanto, que mesmo em uma situação de pouca nitidez programática da disputa, a base de sustentação do PT tenha sido as camadas mais pobres da população e a do PSDB as camadas mais ricas.

Também é possível em várias situações de segundo turno, o debate supere o limitado e rebaixado crivo programático que ocorreu no primeiro turno.

Ainda que na maioria das cidades o debate tenha centrado nas questões locais, o sentido nacional destas eleições emerge das polarizações constituídas e da projeção dos resultados para o quadro da disputa nacional. O fato de a polarização central no primeiro turno (prosseguindo no segundo turno) ter ocorrido entre os blocos liderados pelo PT e pelo PSDB é que define o caráter nacional da disputa. Este sentido deve se acentuar no segundo turno.

Votação em 2000 e 2004 – primeiro turno

 

Eleição 2000

 

Partido

 

Votos

 

% Válidos

PSDB 13.518.346 16,00%
PMDB 13.257.650 15,70%
PFL 12.973.544 15,40%
PT 11.938.734 14,10%
PPB 6.812.742 8,10%
PTB 5.803.421 6,90%
PDT 5.611.888 6,60%
PSB 3.861.987 4,60%
PPS 3.506.619 4,10%
PL 2.541.572 3,00%
PSD 1.271.071 1,50%
PV 644.638 0,80%
PSC 533.550 0,60%
PC do B 382.827 0,50%
PSL 283.118 0,30%
PRONA 235.314 0,30%
PMN 220.231 0,30%
PRP 182.359 0,20%
PST 176.931 0,20%
PT do B 151.914 0,20%
PHS 146.880 0,20%
PSDC 139.195 0,20%
PSTU 98.387 0,10%
PRTB 70.000 0,10%
PTN 43.193 0,10%
PGT 25.923 0,00%
PRN 25.464 0,00%
PAN 18.584 0,00%
PCO 14.116 0,00%
PCB 9.824 0,00%
TOTAL 84.500.022 100,00%

 

 

Eleição 2004

 

Partido

 

Votos

 

% Válidos

PT

16.322.404

17.16%

PSDB

15.726.676

16.53%

PMDB

14.242.237

14.97%

PFL

11.228.513

11.80%

PP

6.096.563

6.41%

PDT

5.563.138

5.85%

PTB

5.253.900

5.52%

PL

5.020.746

5.28%

PPS

4.941.920

5.20%

PSB

4.475.086

4.70%

PV

1.367.642

1.44%

PC do B

889.065

0.93%

PSC

509.843

0.54%

PRP

448.463

0.47%

PHS

431.285

0.45%

PMN

405.332

0.43%

PSDC

374.456

0.39%

PSL

336.735

0.35%

PTC

316.098

0.33%

PRTB

235.992

0.25%

PRONA

221.141

0.23%

PT do B

220.592

0.23%

PSTU

183.562

0.19%

PTN

138.392

0.15%

PAN

115.517

0.12%

PCO

42.836

0.05%

PCB

19.174

0.02%

 

TOTAL

95.127.30

 

100,00%

 

 

Prefeitos eleitos em 2004

 

Partido

 

Eleitos

PT

400

PSDB

861

PMDB

1.051

PFL

790

PP

550

PDT

299

PTB

422

PL

380

PPS

302

PSB

173

PV

55

PC do B

10

PSC

25

PRP

37

PHS

26

PMN

31

PSDC

12

PSL

25

PTC

16

PRTB

12

PRONA

7

PT do B

23

PTN

5

PAN

1


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