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PSOL – um novo partido

Opção desconsidera necessidade de ambiente social e político “quente”

Os deputados federais Babá, Luciana e João Fontes anunciavam a sua formação mesmo antes da expulsão do PT. Agora o “novo partido” tem nome: Partido do Socialismo e da Liberdade. A senadora Heloisa Helena é a principal porta voz da nova agremiação.

O PSOL reúne como força militante fundamentalmente as correntes políticas Movimento de Esquerda Socialista (MES) e Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST). Estas duas organizações fazem parte da tradição do trotskysmo morenista. Permaneceram no PT, ainda unificados, como CST, quando a maioria da então Convergência Socialista formou o PSTU.

Ex- militantes e dirigentes do PSTU, como Junia Gouvêa e Martiniano Cavalcante, que saíram deste partido em momentos distintos, integram a direção do PSOL. Um grupo modesto de militantes que romperam com a as decisões da Conferência Nacional da Democracia Socialista, agruparam-se na “Liberdade Vermelha” e foram para o PSOL. Não submeteram sua decisão a nenhum debate coletivo na DS.

Milton Temer e Carlos Nelson Coutinho – que nos ensinou Gramsci e o conceito de processo na revolução – também estão no novo partido, assim como Francisco de Oliveira.

O desencanto com o governo Lula e o descontentamento com o PT podem conduzir diferentes vertentes políticas a se reunirem e proclamarem uma agremiação política. Mas vivida a experiência do PT, sabemos que para construir uma ferramenta política é preciso muito mais. E não estamos falando das 480 mil assinaturas exigidas pela legislação para se obter o registro eleitoral. Mas sim de um ambiente social e político “quente” o suficiente para forjar diferentes concepções num programa comum que produza uma ação política transformadora.

A posição da DS

A 7ª Conferência da DS aprovou a seguinte resolução: “Consideramos atual manter a defesa dos valores positivos da trajetória do PT (contribuição programática, direito de tendência e democracia interna, conquistas feministas, síntese de experiências e de forças de esquerda). Nesse contexto, é preciso também reatar os laços entre a organização partidária e o amplo movimento político-social em torno ao PT.

Buscamos intervir nos processos de disputa de rumos do partido com a legitimidade da defesa desse projeto histórico e estratégico de um partido socialista e democrático. E, frente ao desenvolvimento conflitivo do partido, é mais necessária ainda a construção de uma grande corrente de esquerda como pólo de referência da reconstrução e funcionamento do PT como um partido socialista e democrático.

A construção desta corrente e a luta pela reconstrução socialista do PT representam uma alternativa tanto à aceitação das pressões para adaptação ao curso de descaracterização programática quanto às saídas em direção a um projeto sectário de partido, ambas renunciando à experiência de construção de um partido socialista e democrático de massas.”

(Resolução da 7ª Conferência Nacional da Democracia Socialista – tendência do Partido dos Trabalhadores, novembro de 2003)

 

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