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PT precisa fazer frente à gestão de Severino

Embate no parlamento deve vir junto de luta por reforma política.

Aos poucos, vão se definindo os contornos da gestão de Severino Cavalcanti na presidência da Câmara dos Deputados. O que à primeira vista se desenhava como uma frente orgânica da direita (incluindo o PSDB), vai se revelando um embuste geral do baixo clero e de expressão dos “interesses gerais” dos parlamentares.

O PT, no entanto, não tem se posicionado claramente frente a esse quadro, e continua refém dos interesses imediatos do modelo de “governabilidade” defendido pelo Executivo. O aumento dos privilégios, como a elevação das verbas de gabinete em 25%, por exemplo, se mostra um absurdo sem tamanho, com grande reação popular, e até agora não tem tido a contestação para valer do PT. Há também o risco de se aceitar a “folclorização” de Severino (alimentada pela imprensa de forma muitas vezes preconceituosa) e não se encarar como sérias – e por isso mesmo extremamente preocupantes – suas práticas e sua gestão.

As declarações de Severino na defesa do nepotismo abriram outra frente na qual o PT deve atuar firmemente. Reportagens na imprensa mostraram que 66 cônjuges de deputados federais estão empregados em cargos de confiança na Câmara. A Comissão de Constituição e Justiça deve analisar em breve projetos que tratam do tema, entre eles um Projeto de Emenda Constitucional. A Comissão de Ética também deveria se posicionar. A Procuradoria da República no Distrito Federal e a OAB já se manifestaram propondo ações que combatam a prática.

Para além de Severino

Apesar do cenário atual não configurar uma frente orgânica, está claro que a gestão Severino pode vir a ser “dirigida” pela direita e, até por isso, deve ser mais combatida. Por outro lado, o PT deve expor para a opinião pública o uso que a direita venha a fazer de Severino, responsabilizando este setor e fazendo-o assumir as conseqüências desse uso político.

O embate, contudo, não pode se dar apenas de maneira pontual em relação à gestão Severino, mas deve significar o comprometimento com a defesa da urgência da reforma política. Mais do que isso, a ação petista deve partir da proposta de uma reforma popular, cortadora de privilégios e de poderes, fortalecendo instrumentos de participação popular no Orçamento e na própria iniciativa legislativa.

A eleição de Severino Cavalcanti reforçou a imagem de um parlamento mais desmoralizado e mais fraco. É preciso tomar iniciativas claras em relação a essa gestão da presidência da Câmara e a todos esses pontos. Sem elas, o Partido dos Trabalhadores corre o risco de contribuir para reforçar ainda mais essa imagem.

Leia ainda a matéria Crise do legislativo exige reforma política [Link Indisponível]

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