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PT-RJ dá mais um passo para reconstrução ao rejeitar Governo Pezão

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No último domingo (07), o Diretório Estadual do PT do Rio de Janeiro, após um amplo debate, aprovou uma resolução decisiva: por 32 a 28, o PT fluminense decidiu não fazer parte da base do Governo Pezão (PMDB), atuar de forma independente e proibir que qualquer filiado ou filiada assuma cargos no governo do estado (leia a resolução aqui).

A vitória apertada reflete a polarização interna do partido, mas reafirma o curso iniciado no lançamento da candidatura Lindberg Farias ao governo do estado: retomar laços com a esquerda fluminense, rompendo o ciclo de imobilismo e subserviência ao conservadorismo hegemônico do governo do PMDB. A Democracia Socialista – tendência interna do PT, em documento elaborado em conjunto com outros setores partidários, já diagnosticava: “O PT não se construiu como uma referência das lutas que se organizaram em oposição ao modelo de desenvolvimento autoritário que se estabeleceu no Rio. Isso se deu não somente pela permanência nos governos do PMDB, mas também por não se fazer parte das lutas de resistência que estavam sendo travadas em oposição às transformações conservadoras adotadas. Para a sociedade, somos um partido que estava na situação, participando do Governo, e que virou as costas para os trabalhadores nas greves dos professores, garis, rodoviários, bombeiros”.

A resolução vitoriosa foi defendida por um amplo campo interno, contando com o apoio do presidente estadual do PT, Washington Quaquá, do senador Lindberg, dos deputados Molon, Benedita e Bittar, do vereador Reimont, das tendências DS, MPT e AE, além de setores da CNB, agrupamentos regionais e lideranças municipais, e afirma a centralidade da luta política em defesa da reforma política, da participação popular e da democratização das comunicações, o diálogo colaborativo com os movimentos sociais e a construção de um amplo campo de esquerda no estado, capaz de impulsionar uma agenda de mobilizações e enfrentar a direita. O documento apresentado por nós, em estreita sintonia com a resolução aprovada, já apontava: “É preciso construir e mobilizar uma frente social das esquerdas com base numa plataforma de reformas políticas estruturais, radicalização democrática e ampliação de direitos. Um primeiro ensaio dessa construção deve ocorrer no cotidiano das campanhas em defesa da reforma política e da democratização das comunicações.”

A decisão do diretório estadual representa um avanço importante para a reconstrução do PT-RJ, enfrentando as práticas de setores que enxergam na política somente os seus interesses imediatos e privados, o que resultou num partido de tecido social decomposto, um aglomerado de carreiras políticas desprovido de sentido estratégico e incapaz de formular respostas para os desafios da atualidade. Possibilita um reencontro com a militância que ressurgiu com protagonismo no segundo turno das eleições presidenciais, reoxigenando o partido e sinalizando para a reconstrução de pontes estratégicas para a disputa de um projeto de esquerda capaz de disputar a hegemonia política no Rio de Janeiro.

 

Bernardo Cotrim é Secretário de Formação Política do PT-RJ

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