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Quase 50 anos depois, o Estado honra João Goulart

1144209Da Carta Maior

Os restos mortais do ex-presidente João Goulart foram recebidos com honras militares na capital federal, na última quinta (14), 37 anos após sua morte no exílio e quase 50 anos após ter sido deposto pela ditadura brasileira. Cerca de 150 convidados participaram da cerimônia na Base Aérea de Brasília, que homenageou o ex-presidente com a execução do hino nacional e 21 tiros de canhão.

Entre eles, a presidenta Dilma Rousseff, seus ministros, familiares de Jango e ativistas que lutaram contra a ditadura. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Collor (PTB) e José Sarney (PMDB) também compareceram à homenagem. Muito emocionadas, a presidenta e a viúva Maria Thereza colocaram uma coroa de flores no caixão. Depois, se abraçaram.

Foi uma cerimônia austera, sem discursos. Mas nem por isso, menos emocionante ou simbólica. Nas redes sociais, a presidenta afirmou que “essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia, uma democracia que se consolida com este gesto histórico”.

Dilma lembrou também que “Jango foi o único presidente brasileiro a morrer no exílio, e em condições ainda não esclarecidas.”

Da base aérea, os restos mortais de Jango foram levados ao Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, onde passará por perícia que tentará apontar as causas de sua morte. Após ser deposto, Jango morreu na Argentina, de infarto, segundo o laudo oficial. Entretanto, não foi submetido à autópsia. Recentemente, um militar uruguaio, preso no Brasil por crime comum, revelou que Jango foi envenenado, a partir de uma substância tóxica acrescentada aos remédios que usava para o coração.

À pedido da família, peritos internacionais também participarão da investigação. Entre eles, o titular do curso de ciências médicas da universidade de Havana, Jorge González Perez, que participou das exumações de grandes líderes latino-americanos, como Che Guevara e Simon Bolívar. Os trabalhos começaram em São Borja, no Rio Grande do Sul, onde Jango estava enterrado. No dia 6 de dezembro, data da sua morte, seus restos mortais serão reconduzidos à cidade.

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