Democracia Socialista – GTn
O programa do governo golpista é um atentado à democracia e a certeza de perigo eminente de retrocessos profundos para o país. É urgente, portanto, que as organizações populares apontem caminhos efetivos para a sua derrubada, superação e retomada da democracia e de um novo ciclo de avanços para o Brasil.
Neste momento é estratégico mantermos a unidade da esquerda brasileira. O conjunto de iniciativas propostas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo são importantes e contribuem, ambas e de forma complementar, para avançar na mobilização e na luta democrática.
A esquerda brasileira não deve abrir mão da soberania popular. Chamar o povo a decidir sempre foi uma bandeira defendida pela esquerda.
Mesmo quando não pudemos ganhar institucionalmente, realizamos plebiscitos populares, como o da ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas), realizado em 2002, que coletou mais de 10 milhões de votos e o da Constituinte exclusiva, realizado em 2014, que coletou mais de 7 milhões de votos.
Quando se rompe a democracia, nossa principal tarefa deve ser reconstituí-la e radicalizá-la, pois só com a democracia plena e participativa podemos avançar em direitos para o conjunto da classe trabalhadora. Derrotar o golpe exige mais que denúnciá-lo, exige convocar o povo em defesa da democracia. É mais, portanto, do que afirmar a volta da Presidenta legítima Dilma Rousseff.
Devemos dizer com qual programa voltar e com qual sistema político governar, com quais alianças políticas e sociais enfrentar esses desafios. Essas respostas dependem de uma nova correlação de forças favorável à esquerda. Não se trata, portanto, de voltar para governar do mesmo jeito. É isso que leva a vincular a volta de Dilma à convocação do povo para deliberar.
A proposta de um plebiscito oficial para novas eleições como propõe a resolução aprovada no 64º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG), deve ser articulada à proposta de uma Assembléia Constituinte Exclusiva e soberana para realizar a reforma política. O sistema político brasileiro precisa de uma profunda reformulação, que permita o aprofundamento da democracia em direção à plena participação popular.
Consideramos importante participarmos ativamente do calendário de mobilização proposto pelas duas frentes. Suas bandeiras não se opõem. Ao contrário, se complementam. E seria um sectarismo imperdoável separá-las. Neste sentido convocamos todos e todas ocupar as ruas no dia 31 de julho e também no dia 09 de agosto.
Nossa tarefa mais do que nunca é dialogar, manter e ampliar o bloco de movimentos sociais em defesa dos direitos, da democracia, e da soberania popular. Só com unidade popular iremos avançar na luta democrática. Com o povo nas ruas de forma unitária e combativa demonstraremos nossa capacidade e disposição para a luta social. Só na democracia temos condições de lutar para ampliar direitos sociais e trabalhistas.
No dia 31 de julho, o povo brasileiro poderá escolher o seu lado, ocupando as ruas com a Frente Povo Sem Medo, demonstrando nossa capacidade de mobilização, organização e unidade, e que a luta contra o golpe não está desassociada da luta por direitos e pela democracia.
Fora Temer
Não ao golpe
Nenhum direito a menos
O povo decide
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