A Comissão Executiva Nacional do PT esteve reunida hoje, dia 19 de julho, em São Paulo. A instância aprovou uma Nota que está disponível no Portal do PT.
A DS e outras tendências partidárias divulgaram nota pública com as suas posições comuns que está disponível a seguir
Sobre a crise que se abate sobre o Partido dos Trabalhadores e a recente versão divulgada pelo ex-tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares, temos as seguintes posições públicas comuns:
1. Quem traiu a confiança do PT não pode permanecer no PT. Os fatos vêm demonstrando que alguns dirigentes partidários, no exercício de funções delegadas pelo Partido, traíram a confiança de milhares de filiados e militantes do PT. Em nenhum momento nenhuma instância autorizou, por exemplo, Delúbio Soares a agir da forma que revelou ao País em entrevista concedida à TV Globo no dia 17 de julho. Em nenhum momento ele revelou, à instância da qual fazia parte, os negócios que agora diz serem de conhecimento da direção nacional do PT. Delúbio Soares feriu gravemente o Partido dos Trabalhadores. Deve responder à sociedade e deve responder à militância partidária. Nos termos do Estatuto partidário encaminhamos à direção nacional a proposta de suspensão imediata da sua filiação ao PT.
2. O PT precisa de uma nova direção. O PT não pode ser mais dirigido por um grupo responsável por uma linha política que levou à crise atual e por um método de condução que omite das instâncias partidárias negócios feitos em nome do Partido, mas que do Partido são escondidos. Por um grupo que asfixia a democracia partidária, substituindo as instâncias por suas reuniões de grupo. Um grupo que levou o Partido à pior crise de sua história. O PT precisa de uma nova direção. O partido tem urgência em ter uma direção legítima e somente o PED pode produzi-la. Por isso, devemos iniciar, imediatamente, os debates do PED.
3. Vale a pena lutar pelo PT. O PT é o produto de mais de vinte anos de luta do povo brasileiro. O PT tem a cara de sua militância e de sua história. Uma história que nos orgulha naquilo que tem de ética, democrática e igualitária. É na fonte desta história e desta militância vigorosa que o PT deve beber para reconstruir seu futuro. Não desistiremos da esperança. Faremos deste PED um instrumento da reconstrução partidária, que restabeleça a autonomia do Partido frente aos governos, que retome sua relação com os movimentos sociais e que abra um processo de discussão de um novo código de ética do PT, que discipline a sua participação em campanhas eleitorais e redefina as suas normas de escolha de candidatos, de financiamento de campanhas e de eleições internas. Uma reconstrução de valores, confiança e identidade. Só assim seremos capazes de novamente merecer ser portadores da esperança e da confiança do povo brasileiro.
São Paulo, 19 de julho de 2005.
Joaquim Soriano
José dos Reis Garcia
Marlene da Rocha
Valter Pomar
Dep. Fed. Tarcisio Zimmermann