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Redução de meio ponto na taxa de juros: foi demorado e foi pouco

Após dois dias de reunião do Copom – Comitê de Política Monetária – O Banco Central anunciou, na noite de quarta-feira (2), a redução de meio ponto percentual na taxa básica de juros. Após três anos, é o primeiro corte na Selic, que passou de 13,75% para 13,25%. A decisão vinha sendo cobrada desde o início do governo Lula, pelo próprio presidente, e ganhou força com a pressão dos movimentos sociais e populares. Mesmo com toda pressão, a redução, que demorou para acontecer, foi muito pequena.

A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) afirmou que reduzir meio ponto “é bom, mas é muito pouco para fazer com que a economia do Brasil cresça e o povo respire das dívidas”. Ela lembrou que “a demora foi tamanha para que Campos Neto, chefe do Banco Central, atendesse aos apelos do povo brasileiro pela redução da taxa de juros”.

Vice-líder do governo na Câmara Federal, o deputado Elvino Bohn Gass considera a redução da taxa, ainda que pequena, fruto da pressão popular e da competência da equipe econômica do governo. “Nunca foi sorte”, disse em suas redes sociais. Cabe lembrar que a decisão do Copom não foi consensual, ao contrário do que costumava ser a praxe nestas reuniões, pois quatro diretores votaram para que a redução fosse menor, de apenas 0,25%.


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann lembrou que o corte de meio ponto na taxa Selic “não muda o fato de que o Banco Central segue impondo ao Brasil a maior taxa de juros do planeta”. Para Gleisi, a taxa de juros já era para ter sido reduzida há muito tempo e de forma substancial. “Estamos pagando um preço muito alto pela atuação política do bolsonarista Campos Neto no Banco Central”, afirmou.

O relatório divulgado pelo Banco Central, no final de julho, revelou que somente o setor público gastou R$ 40,7 bilhões no pagamento de juros da dívida pública. Se considerar o período de um ano (junho/22 a junho/23) a soma chega a R$ 638,1 bilhões. A redução aprovada de 0,5% vai reduzir a dívida pública em cerca de R$ 21 bilhões. Para se ter uma ideia, este valor é o dobro do orçamento reservado para o Programa Minha Casa Minha Vida neste ano.

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