Uma história, muitas mentiras. É assim que podemos resumir nossa história nos últimos 3 anos. Desde o golpe que afastou a Presidente Dilma que os grupos que assumiram o poder, tanto com Temer, como com Bolsonaro, aprovam medidas que retiram direitos dos mais pobres, atacam o meio ambiente e entregam nossas riquezas ao grande capital. E tudo vem sendo feito em nome de melhorar o país e as condições de vida da população. Mentiras.
“Vamos vender as reservas do pré-sal que o povo vai viver melhor!” “Vamos fazer um ajuste fiscal! Vamos congelar os gastos sociais pelos próximos 20 anos que a economia vai crescer e vamos ter um pais de primeiro mundo!”. “Vamos fazer uma Reforma Trabalhista! Vamos retirar direitos dos trabalhadores e deixar quem tem carteira assinada quase tão sem direitos como que trabalha sem carteira que ai o desemprego acaba!”
Pois é com a mesma lógica – de que “vai ser bom para todos!”, que “todos terão seus empregos de volta” – que agora se pretende fazer essa reforma da previdência.
Aqueles que para viver precisam vender sua força de trabalho durante suas vidas são os que precisam ter a garantia de uma renda mínima quando estiverem cansados ou não tiverem mais saúde para trabalhar. Isso é a APOSENTADORIA. Não são os ricos que precisam dela.
E a verdade é que a reforma é cruel. Mais de 80% da economia que se pretende fazer é retirada da renda futura daqueles que estão no Regime Geral de Previdência, o pessoal do INSS. Eles, na sua maioria, ganham de 1 a 2 salários mínimos. A economia virá com menos pessoas se aposentando, com menores valores nas aposentadorias e pensões ou na retirada de direitos como o abono do PIS.
Os jovens serão os mais prejudicados. Um morador da periferia, que hoje tenha 15, 16 anos e esteja entrando no mercado de trabalho, dificilmente vai conseguir contribuir com o INSS durante 40 anos de forma ininterrupta. Não vai conseguir por que é da natureza do mercado de trabalho brasileiro a rotatividade. Aqui se trabalha 4 anos num canto com carteira assinada, se fica 1 ano desempregado e depois 2 anos trabalhando sem carteira e sem contribuir com o INSS. Essa é a realidade do trabalhador da construção civil, do garçom, do comerciário, do frentista, da secretária, do trabalhador doméstico, de todas as trabalhadoras e trabalhadores do país.
As mulheres também sofrerão ainda mais. Elas, além de arcarem com os serviços de casa, são quem na maioria das vezes deixam de trabalhar quando nascem filhos ou se parentes adoecem. Como se afastam mais do trabalho, terão mais dificuldade de contribuir com a previdência e de se aposentar.
Tudo isso não tem nada a ver com combate a privilégios. É apenas uma cruel mentira.
*Luizianne Lins, Deputada Federal do PT – Ceará