A resolução da XII Conferência da Democracia Socialista, fundadora e corrente histórica do PT, dialoga com as importantes conquistas (e também limites) do 6º Congresso do PT, realizado em 2017. Além de renovar e criar um quadro mais legítimo de direção nacional, mais aberto ao diálogo com as forças de esquerda, o 6º Congresso Nacional do PT avançou em resoluções políticas que iniciam elementos importantes de autocrítica, formulam análises classistas do golpe em curso, demarcam nitidamente o campo de oposição e resistência do partido, criticam as ilusões de um retorno a políticas de conciliação com setores dominantes, esboçam um programa de luta democrática e popular.
A partir destas conquistas, a resolução da XII Conferência Nacional da Democracia Socialista traz avanços de elaboração em seis direções fundamentais.
Aborda de maneira enfática e atualizada a crise de identidade socialista e democrática do PT e a necessidade incontornável de atualizar esta identidade pública como fundamento da luta contra o golpe e seu programa neoliberal.
Propõe um enquadramento analítico internacional do golpe que é decisivo para diagnosticar o sentido, a correlação de forças e o caráter de uma resposta a ele.
Avança em uma crítica bem mais profunda, sistemática e radical, aos limites históricos do PT, sempre o considerando como a principal e referencial experiência da esquerda brasileira. Os limites da construção do PT e da esquerda brasileira continuam a ser os maiores limites à construção de uma saída possível para superar o golpe.
Afirma o valor das impressionantes e massivas lutas de resistência até agora desenvolvidos contra o golpe, apontando seus limites e a ausência de uma saída republicana e democrática, unitária e estratégica, frente ao ataque frontal aos princípios da soberania popular e da Constituição de 1988.
Avança na proposição da construção da unidade estratégica do PT com as demais forças da esquerda brasileira que se posicionam contra o golpe e contra o programa de um Estado neoliberal. Esta unidade estratégica, que não é contraditória com movimentos táticos de aliança nas várias frentes de resistência aos golpistas, é considerada fundamental para vencer a contrarrevolução neoliberal.
E, a partir da identificação de desafios comunicativos, organizativos e programáticos da esquerda possíveis de serem superados – considerando já a possibilidade de um crescimento dos ataques à esquerda, aos movimentos sociais e à democracia no próximo período – procura construir um caminho viável, no horizonte atual da luta de classes, para vencer o golpe.
Esta resolução é dedicada ao companheiro Antonio Candido, figura exemplar da cultura política brasileira e dos valores do socialismo democrático.
Com ela, a Democracia Socialista se abre fraternalmente ao diálogo com todos os companheiros e companheiras do PT e também com as militâncias que organizam a heroica luta de resistência do povo brasileiro.
São Paulo, março de 2018.
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