O Feminismo é a teoria e prática da luta pela libertação das mulheres, a ação política para construir uma sociedade igualitária. A mercantilização da vida e a divisão sexual do trabalho, que organizam as relações sociais, impõem às mulheres uma vida secundária, onde a vulnerabilidade se expressa na violência sexista, em relações sociais onde as mulheres são colocadas como objetos, seres sem autonomia para decidir sobre seus corpos e suas vidas.
Obviamente, a proposta de transformação radical das relações entre homens e mulheres não está dissociada do enfrentamento ao modelo de civilização capitalista, liberal, machista e racista. O movimento feminista que construímos está pautado numa identidade socialista, é herdeiro da história das mulheres revolucionárias do mundo, protagonistas na luta política, mas invisibilizadas pelo sexismo.
A juventude da DS incorpora a dimensão feminista com muita centralidade programática. Isso está expresso em nossas formulações públicas e em todas as frentes de massas nas quais intervimos. A teoria e prática política da militância da nossa juventude são marcadamente identificadas com o feminismo.
A construção do nosso trabalho de juventude combinada com o feminismo nos deixou duas importantes consequências. A primeira, é a de que somos a corrente política de juventude de referência no debate feminista. Seja no movimento estudantil, na Juventude do PT, no movimento de combate ao racismo, no movimento sindical, não titubeamos na defesa das pautas que se referem ao combate ao machismo e sexismo e à toda forma de opressão e desigualdade nas relações sociais. Somos quem tensiona, discute e propõe políticas para as jovens mulheres nos diferentes espaços em que intervimos, mesmo com dificuldades que se colocam naturalmente, seja por divergências programáticas no feminismo, seja pela influência do conservadorismo em todas as esferas da vida em sociedade.
A segunda consequência é a construção de mais mulheres como quadros públicos dirigentes da nossa organização. Hoje, a juventude da DS ocupa importantes espaços na política de juventude brasileira, e nossas indicações são, em sua maioria, de companheiras. Principalmente, a Vice-presidência da UNE, a Secretaria Nacional Adjunta da JPT, a Secretaria de Juventude da CUT e a Diretoria de Mulheres da Executiva da UBES conformam um imaginário que aponta para a construção de uma nova cultura política, aquela que não apenas teoriza, mas tem prática militante coerente. Ter mais mulheres à frente dessas tarefas, nos espaços de poder e decisão, como expressões públicas, têm um peso significativo na nossa tradição feminista e refletirá nos rumos da nossa corrente e Partido.
Precisamos de estratégias que garantam mais direitos para as mulheres. O combate à pobreza, o combate a violência contra a mulher, a consolidação da Lei Maria da Penha, a luta por uma educação não sexista, racista e lesbofóbica, a política de responsabilização coletiva e do Estado pelos trabalhos domésticos e tarefas do cuidado, os direitos sexuais e reprodutivos, a saúde da mulher lésbica, a luta pela legalização e descriminalização do aborto, o fim da mercantilização das mulheres na mídia e cultura, o nosso repúdio às tentativas de legalização da prostituição são bandeiras centrais para nossa atuação.
No próximo período, precisamos aprofundar ainda mais nosso trabalho e identidade feminista de juventude. Para isso, é necessário fortalecer a auto-organização, investir na formação política da nossa militância, ampliar nossa presença na Marcha Mundial das Mulheres e estimular a participação das companheiras jovens nas tarefas partidárias. Acreditamos num novo PT a ser construído, mais democrático, fruto das discussões do 4º Congresso e 2º ConJPT. Participamos da conquista da Paridade e somos a geração de mulheres petistas com potencial para conduzir as lutas no PT e na sociedade, a médio prazo.